Abril/2016
Entre 1849 e 1864, o botânico inglês Richard Spruce (1817-1893) viajou da nascente do Rio Amazonas, nos Andes, até sua foz na costa do Brasil, coletando amostras de plantas e objetos utilizados pelos povos nativos por onde passou, principalmente do Alto Rio Negro. Agora, os descendentes desses povos começarão a receber de volta as informações e o conhecimento que, em sua maior parte, estão há mais de 150 anos guardados no Reino Unido. Quatro instituições brasileiras e duas britânicas estão unindo forças em torno do projeto “O valor das coleções bioculturais no Brasil: integrando diversas bases de dados”, que vai reunir, sistematizar e dar acesso às imagens e dados das coleções de Spruce, através do Herbário Virtual Reflora, além de capacitar profissionais para trabalhar com elas e com outros acervos similares. Em um momento em que os saberes, tecnologias e modos de vida dos povos tradicionais estão ameaçados de desaparecer, a importância botânica, histórica e etnográfica do projeto garantiu recursos de 62 mil libras esterlinas (cerca de 322 mil reais) provenientes do Fundo Newton (Newton Fund) por meio do British Council. No Brasil, o projeto é coordenado pela pesquisadora Viviane S. Fonseca Kruel, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e no Reino Unido pelo pesquisador William Milliken, do Royal Botanic Gardens, Kew. Também são parceiros nesse projeto o Museu Paraense Emílio Goeldi, o Instituto Socioambiental (ISA), a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro e a Birkbeck, University of London. Fonte: Newsletter do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Imagem: archive.org Leia em HCS-Manguinhos Richard Spruce, botânico e desbravador da América do Sul, artigo de Mark R. D. Seaward traduzido por Josino Costa Moreira (v.7, n.2, jul./out. 2000)