Agosto/2018
“Eugenia na Europa mediterrânea e na América Latina” é o tema do suplemento de HCS-Manguinhos (vol.25, supl.1, ago. 2018) que acaba de ir ao ar. Da Argentina, capitanearam a edição temática os pesquisadores do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (Conicet) Marisa A. Miranda, professora da Universidade Nacional de La Plata, e Gustavo Vallejo, do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Nacional de Quilmes. Na Carta dos Editores Convidados, eles explicam que, nos últimos anos, estudos sobre o desenvolvimento internacional da eugenia ganharam um impulso particular.
“No contexto da Europa mediterrânea e na América Latina, o trabalho pioneiro de Nancy Stepan (1991), Anne Carol (1995) e Raquel Alvarez Pelaez (1999) permitiu abrir uma “caixa de Pandora” para detectar fontes e construir novos olhares sobre fontes bem conhecidas. De fato, o impacto do trabalho foi gerando um interesse crescente no campo de pesquisa dessa “ciência de cultivo da raça” e, desde os anos 1990, os estudos sobre a eugenia pararam de se concentrar exclusivamente no mundo anglo-saxão e em sua relação unívoca com os totalitarismos do período entre guerras”, afirmam.
No suplemento, são discutidos os vínculos imanentes da eugenia com os eixos conceituais saúde/doença, normalidade/anormalidade, inclusão/exclusão, oferecendo uma perspectiva histórica para dialogar com o presente. Para os editores, permanecem latentes questões sobre as fronteiras da eugenia, como por exemplo: “Como se traçou, em momentos diferentes, a linha entre o saudável e insalubre?”; “Qual foi o escopo da eugenia?”; e “Por que é válido falar sobre eugenia além do nazismo?”, entre outras.
Os artigos do dossiê revelam uma diversidade de metodologias e objetos de estudo. Leia a íntegra da Carta dos Editores Convidados em espanhol ou inglês e acesse o sumário da edição.