O Dia da Amazônia antes da COP da Floresta

Setembro/2025

5 de setembro de 2025. Este Dia da Amazônia é o último antes da COP 30 – a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), conhecida como a COP da Floresta, pois ocorrerá no meio da maior floresta do mundo, em Belém, em novembro, e terá a floresta amazônica no centro das discussões. Para marcar a data, acrescentamos à nossa lista de links temáticos algumas publicações mais recentes no blog e na revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos. 

Capa de História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 30, 2023

No artigo Relatos de exploradores e viajantes e primeiras pesquisas científicas com a ayahuasca, 1850-1950, no debate atual sobre o “renascimento psicodélico”, publicado em História, Ciências, Saúde – Manguinhos (v. 30, 2023), Vinícius Maurício de Lima e Maria Gabriela Silva Martins da Cunha Marinho, respectivamente doutorando e professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do ABC, debatem as expedições pioneiras à Amazônia no século 19, os diferentes usos da ayahuasca e o interesse farmacêutico no tema.

No mesmo número da revista, o professor do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal do Pará, Marcio Couto Henrique publicou o artigo Do índio Passos ao doutor Chernoviz: experiências de cura da lepra no Pará do século XIX (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 30, 2023), em que conta como a tentativa de cura da lepra realizada pelo indígena Antonio Vieira Passos, em Santarém, Pará, em 1847, fazendo uso do assacu (Hura crepitans L.) ganhou as páginas dos jornais de Belém e se espalhou rapidamente por jornais de outras províncias.

Emília Snethlage com cabelo solto, década de 1920 (Fonte: Setor de Ornitologia, Museu Nacional)

Do número atual (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 32, 2025), destacamos um artigo que traz à tona um aspecto inédito sobre uma personagem relevante da história da ciência brasileira e mundial: Emília Snethlage (1868-1929).

A ornitóloga alemã veio ao Brasil em 1905 para trabalhar no Museu Paraense Emílio Goeldi, tendo sido a primeira mulher a dirigir um museu na América Latina. Em 1922, foi contratada como naturalista-viajante pelo Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Em setembro de 1929, viajou a Porto Velho para estudar as aves do rio Madeira. Na manhã do dia 25 de novembro, foi encontrada morta por uma funcionária do hotel onde estava hospedada. 

A história é reconstruída no artigo O último voo: documentos inéditos relativos ao falecimento e ao espólio de Emília Snethlage, 1868-1929, publicado na seção Fontes, com base em documentos inéditos descobertos numa organização feita em meados de 2018 no Setor de Ornitologia do Museu Nacional, pesquisados por Marco Aurélio Crozariol, do Museu de História Natural do Ceará Prof. Dias da Rocha/Universidade Estadual do Ceará. Entre os documentos, estão o atestado de óbito, local de sepultamento e o espólio da naturalista encontrados em Porto Velho e no próprio Museu Nacional. Todos os documentos sobreviveram ao incêndio de 2 de setembro de 2018 por estarem em prédio separado.

No tema ambiental, a atual edição também traz o artigo Getúlio Vargas e o Código de Águas na “reconstrução” do Brasil, 1930-1945: para além da energia e aquém da salubridade, de Fábio Alexandre dos Santos, professor associado do Laboratório de Estudos Interdisciplinares e Análises Sociais da Universidade Federal de São Paulo.

Amazônia: há 25 anos em destaque na revista HCS-Manguinhos 

A Amazônia está na pauta da revista HCS-Manguinhos há pelo menos duas décadas, tendo sido tema de dois suplementos temáticos. Conheça as edições Visões da Amazônia  (v.6  supl. set. 2000) e Amazônia: saúde, meio ambiente e cultura  (v.14,  supl.0, dez. 2007).

Leia no Blog de HCS-Manguinhos:

Conheça as edições de HCS-Manguinhos sobre a Amazônia

No meio do caminho havia um mangue

Artigo analisa os impactos ambientais da construção da estrada PA-458, que aterrou 26 quilômetros de manguezal entre a cidade Bragança e a praia de Ajuruteua, no nordeste do Pará

Amazônia em foco no segundo volume de Uma história das leishmanioses no Novo Mundo

 O último voo: documentos inéditos relativos ao falecimento e ao espólio de Emília Snethlage, 1868-1929, Marco Aurélio Crozariol, seção Fontes (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, 32 • 2025)

Do índio Passos ao doutor Chernoviz: experiências de cura da lepra no Pará do século XIX, artigo de Márcio Couto Henrique (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 30, 2023)

Relatos de exploradores e viajantes e primeiras pesquisas científicas com a ayahuasca, 1850-1950, no debate atual sobre o “renascimento psicodélico”, artigo de Vinícius Maurício de Lima e Maria Gabriela Silva Martins da Cunha Marinho (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 30, 2023)

A interiorização da covid-19 na Amazônia: reflexões sobre o passado e o presente da saúde pública, artigo de Érico Silva Muniz, seção Testemunhos Covid (HCS-Manguinhos, v. 28, n 3, jul/set 2021)

Leishmanioses do Novo Mundo numa perspectiva histórica e global, dos anos 1930 aos 1960, artigo de Jaime Larry Benchimol (HCS-Manguinhos, v. 27, supl.1, set. 2020)

Saúde, ciência e desenvolvimento: a emergência da leishmaniose tegumentar americana como desafio médico-sanitário no Amazonas, artigo de Cláudio de Oliveira Peixoto (HCS-Manguinhos, v. 27, n. 3, jul/set 2020)

Richard Spruce, botânico e desbravador da América do Sul, artigo de Mark R. D. Seaward traduzido por Josino Costa Moreira (HCS-Manguinhos, v. 7, n. 2, jul./out. 2000)

No meio do caminho havia um mangue: impactos socioambientais da estrada Bragança-Ajuruteua, Pará, artigo de Marcus Vinicius Cunha Oliveira e Márcio Couto Henrique (HCS-Manguinhos, v. 25, n. 2, abr/jun 2018)

Ferrovias, doenças e medicina tropical no Brasil da Primeira República, artigo de Jaime Larry Benchimol e André Felipe Cândido da Silva (HCS-Manguinhos, v. 15 n. 3 jul/set. 2008)

História da descoberta da Biomphalaria occidentalis Paraense, 1981, artigo de Laïs Clark Lima (v. 6 n. 2 Rio de Janeiro jul./out. 1999)