Junho/2015
Athos Moura | História do Dia (O Dia)
Quando o Brasil era colônia tomar banho era uma atividade, digamos, inusitada. Por uma série de fatores, principalmente religiosos, os europeus não eram adeptos da prática. Aos poucos isso foi mudando – graças a Deus -, muito por causa dos médicos da época. O que influenciou bastante foi o tratamento ao qual D. João VI foi submetido. Para se curar de uma ferida lhe foi recomendado banho de mar. Houve muita resistência, mas como ir contra quem entende do assunto? Construiu-se assim a Casa de Banho de D. João para que ele se banhasse no mar. De pé até hoje, o local está abandonado.
O problema com o banho, acredite, vinha desde a Idade Média. Os humanos daquela época achavam que se banhar era uma prática de vaidade e luxúria, já que era preciso estar com o corpo nu. Em outras palavras, acreditavam que era pecado. Houve até leis que proibiam as pessoas a tomar mais de um banho por ano.
No Brasil as coisas começaram a mudar em 1817. O rei Dom João VI, que era católico fervoroso, obviamente era contra os banhos. Porém, ele foi obrigado a ceder. O monarca foi picado por um carrapato e o ferimento infeccionou. Os médicos, no final do século XVIII, começaram a recomendar os banhos de mar porque o sal da água ajudava na cicatrização de ferimentos. E esse foi o tratamento proposto ao rei.
A Família Real usou uma casa de nove cômodo que pertencia ao negociante de café Antonio Tavares Guerra, no Caju, para que servisse de local de apoio para que D. João tomasse seus banhos. A residência ficou conhecido como “Chácara Imperial Quinta do Caju”, mas se popularizou como Casa de Banho de D. João VI. A residência ficava em um balneário, acredite, Caju era um paraíso com paisagem ainda intocada pelo homem.
Fonte: O Dia
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