Janeiro/2016
Com o prolongamento da vida biológica propiciado por melhores condições de habitação, alimentação e cuidados com a saúde, a velhice no Ocidente deixou de representar uma expectativa da morte iminente para se transformar em uma nova idade da existência – a chamada terceira idade. Na contemporaneidade, a velhice é marcada pela alegria e a potência da vida, e já não carrega a negatividade promovida na modernidade.
Essa transformação da condição social e simbólica da velhice é discutida pelo psicanalista Joel Birman no artigo “Terceira idade, subjetivação e biopolítica”, publicado em HCS-Manguinhos (vol.22 no.4 out./dez. 2015)
“Tanto na literatura quanto no teatro e no cinema novas personagens da velhice foram construídas; da comédia à tragédia, passando pelas aventuras do amor e pelos impasses da paixão, a vida da velhice passou a ser ativamente reencantada”, afirma o autor.
O artigo enuncia a emergência histórica do significante e do conceito de terceira idade contemporâneos e realiza uma leitura crítica dos escritos teóricos da psicopatologia e da neurologia para ressaltar como ocorreu a exclusão social do velho no contexto histórico da modernidade.
Leia em HCS-Manguinhos:
Terceira idade, subjetivação e biopolítica, artigo de Joel Birman
Leia também:
Medicina antienvelhecimento: notas sobre uma controvérsia sociotécnica, artigo de Antônio Nogueira Leitão (vol. 21, n. 4, out/dez 2014)
Da velhice à terceira idade: o percurso histórico das identidades atreladas ao processo de envelhecimento, artigo de Luna Rodrigues Freitas Silva (vol.15 no.1 jan/mar 2008)
A velhice, entre o normal e o patológico, artigo de Daniel Groisman (vol.9 no.1 jan/apr 2002)
País jovem com cabelos branco: a saúde do idoso no Brasil, artigo de Kenneth R. de Camargo Jr. (vol.2 no.1 Mar/Jun 1995)
Como citar este post [ISO 690/2010]:
Terceira idade, vida reencantada. Blog de HCS-Manguinhos. [viewed 04 January 2016]. Available from: http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/terceira-idade-vida-reencantada/