Suicídio e eutanásia em discussão na revista HCS-Manguinhos

Setembro/2022

Neste setembro amarelo, destacamos dois artigos publicados na revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos em 2008 e 2007, um sobre o suicídio de escravos no fim do século XIX em São Paulo, e outro sobre eutanásia e suicídio assistido, baseado na história real de um jovem francês. 

Leia em HCS-Manguinhos:

 O suicídio de escravos em São Paulo nas últimas duas décadas da escravidão, artigo de Saulo Veiga Oliveira e Ana Maria Galdini Raimundo Oda (HCS-Manguinhos, v. 15, n. 2, abr/jun 2008). 

Os autores apresentam os resultados de uma pesquisa realizada com base em notícias publicadas na Gazeta de Campinas entre 1871 e 1887, documentos e estatísticas policiais da província de São Paulo do mesmo período. Os autores analisam os dados apurados e buscam desfazer explicações simplificadoras que atribuem os suicídios de escravos apenas à sua situação de cativeiro. Para eles, suicídios não podem ser reduzidos a uma explicação única, seja de caráter sociológico, antropológico ou psicopatológico.

Deficiência e autodeterminação humana: compaixão e insensibilidade no caso Vincent Humbert, artigo de Ray Pereira (HCS-Manguinhos, v. 14, n. 1, jan/mar 2007).

O artigo discute a questão da autodeterminação de pessoas com deficiência, sem comprometimento das funções cognitivas. Traz como pano de fundo a história de Vincent Humbert, francês de 22 anos que ficou tetraplégico, cego e mudo após um acidente automobilístico no ano 2000. O sofrimento intenso do rapaz durou vários meses, resultando em insistente pedido de eutanásia aos médicos e à sua mãe. A morte de Humbert, após uma tentativa frustrada de eutanásia praticada pela mãe, reabre a polêmica em torno da eutanásia e do suicídio assistido. O autor apresenta aspectos históricos da deficiência e analisa criticamente a autonomia e a eutanásia de Humbert, consumada em 27 de setembro de 2003.