Julho/2015
Bruno C. Dias | Portal Abrasco
Membro da The World Academy of Sciences (TWAS), da Associação Brasileira da Ciência (ABC), e um dos mais profícuos pesquisadores da Saúde Coletiva, Maurício Barreto tem acompanhado de perto o debate sobre o papel da produção científica no mundo e alerta: se universidades e centros de fomento não abandonarem o atual modelo de avaliação, baseado unicamente na quantidade de publicações e citações, a própria ciência tende a ampliar o fosso que a aparta do resto da sociedade. “Cada vez mais a consciência de que esse modelo baseado em índices e fatores de impacto não demonstram a importância do desenvolvimento científico e dos efeitos da ciência, o que exige esforços de propor e apresentar alternativas”.
Para ele, é fundamental que a academia tome para si o compromisso social da produção do conhecimento. Barreto não fica apenas nas palavras. A partir de seu estudo pioneiro sobre os impacto do Bolsa Família sobre a mortalidade infantil e demais aspectos do ciclo vital e de desenvolvimento, o governo federal, na figura do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) assinaram ano passado um acordo de cooperação técnica que possibilitará a realização de um estudo de coorte baseado nos dados de cerca de 100 milhões de brasileiros que se beneficiam dos programas sociais e compõem a base de dados do Cadastro Único (CadÚnico).
Para o Portal Abrasco, ele fala do desafio da avaliação, da crise que já se abate sobre o custeio dos programas de pós-graduação, do debate sobre o produtivismo e do papel da ciência, temas que abordará em palestras e mesas redondas durante o Abrascão 2015. “O Abrascão é uma caixa de ressonância, por isso é vital falarmos de avaliação. Temos a oportunidade de pensar sobre a avaliação numa visão múltipla”, afirma Barreto. Leia a entrevista e confira ao final a programação.
Fonte: Portal Abrasco
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