Outubro/2024
Após 2016, quando se iniciaram os retrocessos nas políticas públicas de saúde mental, vários setores sociais mobilizaram-se em defesa da Reforma Psiquiátrica, cuja principal premissa é o cuidado em liberdade, e de uma saúde mental democrática e cidadã, alicerçada na mudança radical de paradigma, no qual o modelo biomédico seja substituído por outro, pautado na promoção e na defesa dos direitos humanos.
No artigo Saúde mental no Brasil em tempos de pandemia e neoliberalismo: retrocessos e resistências (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 31, 2024), Cláudia Freitas de Oliveira, professora do Departamento de História da Universidade Federal do Ceará, analisa aspectos da saúde mental no Brasil como campo político ativo, que envolve vários atores e segmentos sociais em áreas de disputa opostas, em tempos de pandemia e de avanço do projeto neoliberal. “A despeito da tentativa do Estado de desestimular o controle social e a participação popular, observam-se resistências de importantes setores”, afirma a autora.
“Não são poucos os desafios do campo progressista quanto à pauta da saúde mental, que inclui, entre outros temas, o diálogo com vários grupos invisibilizados e silenciados, como: indígenas, populações periféricas, crianças órfãs da pandemia, para citar apenas alguns. É necessário reconstruir políticas que preconizem a integralidade de ações intersetoriais em saúde mental, em articulação com redes de serviços que visem à produção do cuidado em liberdade nos territórios”, conclui.
Leia na revista HCS-Manguinhos:
Saúde mental no Brasil em tempos de pandemia e neoliberalismo: retrocessos e resistências, artigo de Cláudia Freitas de Oliveira (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 31, 2024)
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