Abril/2013
Carlos Roberto Bastos Freitas |
Revista de História
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O município de São Fidélis (RJ) foi atingido por uma epidemia de cólera morbus em 1867. No dia 20 de setembro, o governo da província do Rio de Janeiro publicou uma portaria que solicitava às câmaras municipais de São Fidélis e de Campos dos Goytacazes – município vizinho – a contratação de um “facultativo” (médico) para atender aos doentes. Como a resposta não veio e o número de casos crescia – incluindo dois fatais – um novo ofício foi expedido no dia 11 de outubro.
O documento foi elaborado por várias pessoas. No caso, três. O autor intelectual é um escrivão não identificado, tendo em vista a qualidade da escrita. A assinatura é do delegado João José Soares Júnior, feita com outro instrumento de escrita, tinta mais escura e mão mais pesada, diferença facilmente identificável. Na parte superior há um despacho escrito por uma terceira pessoa.
Algumas iniciais (I, S, D e E) estão em tamanho avantajado, desproporcional em relação ao restante do texto. No mais, a escrita tem peso equilibrado, mantendo-se homogênea no decorrer do texto e tornando-se mais forte nas maiúsculas iniciais. A letra é humanística cursiva, de traçado regular e leve, delgada, com inclinação à direita, característica da segunda metade do século XIX. Ainda não havia regras fixas de pontuação, acentuação e separação de palavras. No documento são usadas poucas abreviaturas, de fácil entendimento. Apenas o despacho do topo e a assinatura apresentam alguma dificuldade.
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“Mortalidade escrava durante a epidemia de cólera no Rio de Janeiro (1855-1856): uma análise preliminar” de Kaori Kodama, Tânia Salgado Pimenta, Francisco Inácio Bastos, Jaime Gregorio Bellido no Scielo
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Em inglês:
Cholera among slaves in 19th century Brazil