Julho/2016
A biotipologia no Brasil na Era Vargas é o tema do artigo Science, Constitutional Medicine and National Bodily Identity in Brazilian Biotypology during the 1930s, escrito por Ana Carolina Vimieiro, professora de história da ciência no Departamento de História da Universidade Federal de Minas Gerais e editora de resenhas de HCS-Manguinhos. O artigo foi publicado na edição de maio de 2016 da prestigiosa revista Social History of Medicine, da Oxford Journals.
A autora traça a ascensão e a difusão da biotipologia e suas práticas de classificação corporal de pessoas na agenda científica brasileira no contexto sociopolítico do Brasil especialmente entre 1930 e 1945, durante a Era Vargas, quando representava uma doutrina fundamental para a medicina nacional.
Os biotipologistas criaram sistemas de classificação corporal dos brasileiros e estabeleceram padrões de normalidade. Eles caracterizavam os indivíduos em termos biológicos. Os estudos biotipológicos iam além do domínio da prática médica, fomentando debates sobre eugenia e identidades raciais e nacionais no Brasil.
A biotipologia propunha uma visão holística do organismo que superaria as abordagens centradas na doença, e não na pessoa doente. Entre vários significados, foi descrita como “a ciência do indivíduo”.
Acesse o artigo na Social History of Medicine:
Leia também:
Imagens de corpos normais na biotipologia brasileira durante a primeira metade do século XX, Ana Carolina Vimieiro Gomes, Anais do XXVI Simpósio Nacional de História, ANPUH, São Paulo, julho/2011
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