Maio/2014
Haendel Gomes Um dos eventos da Conferência Internacional PCST 2014, que está sendo realizada esta semana em Salvador, foi a sessão Engajamento público na ciência: questões e desafios em países africanos que falam português, em que foram discutidas as estratégias de divulgação da ciência em países africanos como Cabo Verde, Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe. A mesa, mediada pelo assessor internacional da Fiocruz Luiz Eduardo Fonseca, também discutiu as ações de colaboração que vêm sendo estabelecidas com a América do Sul, em especial com o Brasil. O debate contou com Adalberto Furtado Mendonça Varela, do Ministério de Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde, João Emídio Jacinto Cossa, do Ministério de Ciência e Tecnologia de Moçambique, e Maximino Costa, jornalista de São Tomé e Príncipe.Luiz Eduardo Fonseca (segundo da esquerda para a direita): parceria com países africanos
Fonseca abordou a importância da participação dos países africanos na Conferência Internacional PCST 2014. Segundo ele, a primeira iniciativa de parceria da Fiocruz é na área de divulgação científica no campo da saúde com os países de língua portuguesa. “Por outro lado, a coordenação da Fiocruz no congresso internacional foi importante por trazer os colegas de língua portuguesa para este contexto, porque eles não participavam”, ressaltou ele. “Eles trouxeram a realidade de seus países e abriram perspectivas para tentarmos trabalhar. Vamos construir canais para iniciar uma parceria, procurando recursos e contatar a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Acredito que logo vamos ter algum resultado concreto”, disse o assessor. Adalberto Varela, do Ministério do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde, deu exemplos de iniciativas desenvolvidas em Cabo Verde como o programa de TV Com Ciência, o museu Casa da Ciência e atividades como a 1ª Feira de Ciências. Na mesma linha, João Cossa, do Ministério da Ciência e Tecnologia de Moçambique, apresentou uma reflexão sobre o engajamento público na ciência no país e mostrou exemplos de políticas e estratégias de divulgação científica, como as demonstrações científicas que são oferecidas para escolas e comunidades locais, as mostras e jornadas de ciência e tecnologia, as olimpíadas de informática, entre outras, que visam promover o interesse de jovens pelas atividades científicas. Para Cossa, um dos desafios é fazer a divulgação científica nos dialetos locais. Segundo ele, falam o português apenas 5% da população de Moçambique; os outros 95% são de diferentes dialetos. Para contornar esse desafio, as escolas de Moçambique implantaram o ensino bilíngue, explicou. Sobre as colaborações e cooperações internacionais, os palestrantes foram unânimes, dizendo que muitos esforços ainda devem ser feitos nessa direção. Entretanto, é esperado que estas parcerias promovam a capacitação e o avanço no desenvolvimento científico dos países envolvidos. Fonte: Agência Fiocruz de Notícias