Julho/2021
“O que leva grupos e indivíduos a duvidarem da existência do Holocausto, da ditadura militar brasileira, dos incontáveis genocídios ao redor do mundo ou da escravidão que, ao longo de mais de três séculos, moldou as formas sociais do capitalismo moderno? Quais são as operações intelectuais, afetivas, políticas e ideológicas que envolvem e inscrevem os desafios e interrogações lançados pelos negacionismos à história, como conhecimento organizado do passado, aos seus usos políticos, apropriações e condições de produção da verdade?”
Estas questões colocadas pelos historiadores Patrícia Valim (UFBA), Alexandre de Sá Avelar (UFU/MG) e Berber Bevernage (UGent, Bélgica) na apresentação do dossiê Negacionismos e usos da história, publicado na atual edição da Revista Brasileira de História (RBH/Anpuh), perpassam os seis artigos que compõem o dossiê temático.
“As negações, falsificações e distorções de tantos passados representam desafios que não gostaríamos de enfrentar. Tampouco temos plena certeza de quais serão as armas que devemos empunhar e, menos ainda, se seremos exitosos”, afirmam historiadores. “Nossos ensaios, artigos e livros continuarão a ser escritos na expectativa de que eles possam ser comprometidos não apenas com a erudição historiográfica apropriada diante dos negacionistas, mas também com a disposição incessante de honrar nossos mortos – por genocídios ou pandemias – e impedir que eles se tornem fantasmas a nos assombrar”, garantem.
Acesse a edição da RBH que traz o dossiê Negacionismos e usos da história (vol. 41, n. 87, maio/agosto 2021)
