Setembro/2019
Em 3 de setembro de 1979 foi regulamentada no Brasil a profissão de biólogo. Antes disso, as oportunidades de empregos que surgiam na área eram ocupadas por médicos, engenheiros florestais, farmacêuticos, agrônomos e técnicos diversos, conta o biólogo José Antônio Dias. Ele diz que até hoje os biólogos disputam muitas vagas com biomédicos e médicos patologistas.
“Um exemplo: a coleta de material, preparo das lâminas, análise, diagnóstico e laudo dos exames preventivos (colpocitologia) sempre foi atribuição dos biólogos. Porém, sempre foi realizado por médicos ou enfermeiros”, afirma o professor, formado pela UFRRJ, mestre em Divulgação Científica pela Fiocruz e autor do blog Biorritmo.
Ele diz que ainda hoje há um esforço muito grande do Conselho Federal de Biologia para reaver os cargos ocupados por outros profissionais, expandir as atuações dos biólogos e incrementar a oferta de vagas, principalmente nos editais de concursos públicos. “Hoje o campo está mais aberto. A área de paisagismo é uma conquista recente. Aos poucos o leque está se abrindo: aconselhamento genético, reprodução assistida, instrumentação cirúrgica, anatomia patológica, banco de germoplasma (sementes)”, exemplifica.
Para Dias, mesmo com a crise, a carreira acadêmica continua sendo a melhor opção, pois permite ao profissional desenvolver atividades de ensino e pesquisa e porque quanto mais títulos o biólogo possuir, mais oportunidades terá nesse setor. Mas, segundo ele, há outra alternativa para os biólogos na atualidade: o empreendedorismo, investindo em negócios como petshops, passeios e trilhas ecológicas, resorts temáticos, empresas de biotecnologia etc.
Quando perguntado se recomendaria a profissão, Dias pondera: “A julgar pela escassez de vagas no mercado de trabalho e pela baixa remuneração, não faria a recomendação. Mas levando em conta a paixão, o fascínio e a beleza da profissão, claro que aconselharia às pessoas a profissão de biólogo.”
Leia em HCS-Manguinhos:
Jean Gayon: historiador y filósofo de la biología (Saint-Maur-des-Fossés, 15/6/1940 – Paris, 28/4/2018), artigo de Gustavo Caponi (vol.25, no.3, 2018)
Pangênese, genes, epigênese, artigo de Fernanda Gonçalves Arcanjo e Edson Pereira Silva (vol.24, n.3, jul./set. 2017)
História e biologia: diálogos possíveis, distâncias necessárias, artigo de Regina Horta Duarte (vol.16, no.4, dez 2009)
Las prácticas médicas y la biología como ciencia: paradigmas, asimilación y domesticación social en México, artigo de Ismael Ledesma-Mateos (vol.15, no.2, 2008)