Janeiro/2020
Reconhecida como especialidade terapêutica no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina em 1980 e pelo de Farmácia em 1992, a homeopatia foi inserida no Sistema Único de Saúde (SUS).
O estado de Pernambuco destacou-se nessa prática no cenário nacional desde o século XIX. Em 1848, foi fundada em Recife a mais antiga farmácia de homeopatia em funcionamento na América Latina e, em 1855, criada a Sociedade Homeopática Beneficente da Província de Pernambuco.
Em 1979, foi fundada a Sociedade Pernambucana de Homeopatia e realizado o primeiro curso de especialização em homeopatia. Desde então, a institucionalização da prática vem se fortalecendo no estado: em 2003, foi homologado o primeiro concurso público específico para médicos homeopatas; em 2004, foi inaugurada a Unidade de Atenção Integral à Saúde (Ucis) Prof. Guilherme Abath, responsável pela prestação integrada de práticas integrativas e complementares (Pics), entre elas, a homeopatia; e em 2006, foi criada a Farmácia Pública de Homeopatia, responsável pela manipulação de medicação homeopática para toda a rede do SUS municipal.
Com o objetivo de criar ferramentas para viabilizar o monitoramento e a avaliação das ações de homeopatia em Recife, os professores Sebastianjorge Florêncio Ferreira de Lima e Carlos Eduardo Danzi Vanderlei, da Sociedade de Homeopatia de Pernambuco, e Gisele Cazarin, do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, realizaram uma pré-avaliação, a partir de documentos oficiais e técnicos, e elaboraram um modelo teórico lógico (ML) preliminar que possibilitou a formulação de uma matriz de critérios e indicadores para avaliação. O ML e a matriz foram submetidos a informantes-chave com expertise na área em seis entrevistas realizadas em 2016.
No artigo Homeopatia no serviço público de saúde: pré-avaliação das ações no município do Recife (PE), publicado na atual edição da revista HCS-Manguinhos (v. 26, n. 4, out./dez. 2019), os autores detalham os componentes pactuados para ambas as ferramentas: gestão e coordenação conjunta, atenção homeopática e educação, comunicação e mobilização social.
“Espera-se que o ML e a matriz de critérios e indicadores elaborados e validados sirvam como referência na instituição de processos de monitoramento e avaliação de intervenções semelhantes”, afirmam os autores.
Leia em HCS-Manguinhos:
Homeopatia no serviço público de saúde: pré-avaliação das ações no município do Recife (PE), artigo de Sebastianjorge Florêncio Ferreira de Lima, Carlos Eduardo Danzi Vanderlei e Gisele Cazarin (v. 26, n. 4, out./dez. 2019)