Julho/2020
Inserido na tradição da divulgação científica de seu tempo, o primeiro Congresso Médico Amazônico, realizado em Belém, em agosto de 1939, reuniu parte das elites médicas da região e contou com a participação de convidados reconhecidos nacional e internacionalmente, como o médico Josué de Castro e o nutrólogo Dante Costa.
O evento considerou a questão da alimentação do homem da região como uma das pautas para o desenvolvimento do norte do país. Vigorava, durante era Vargas, um pensamento médico desenvolvimentista voltado para as questões de cunho alimentar como um problema capital para a integração da Amazônia ao resto do país.
No artigo Ingredientes de um prato exótico: saúde e alimentação em pauta no primeiro Congresso Médico Amazônico (Belém, 1939), publicado em HCS-Manguinhos (v. 27, n.1, jan./mar. 2020), Aristoteles Guilliod de Miranda, José Maria de Castro Abreu Jr e Érico Silva, pesquisadores da Universidade Federal do Pará, apresentam o contexto de organização e realização do evento e apontam dificuldades como a distância dos grandes eixos econômicos do país, dos seus participantes e suas inter-relações com intelectuais de outros estados e países.
Tendo como principais fontes os materiais impressos produzidos pelo congresso e as notícias veiculadas nos jornais paraenses, o texto examina a concentração de debates sobre as carências alimentares da Amazônia observando a compreensão acadêmica e política das faces do fenômeno para a região.
Os autores discutem quais os significados daquele acontecimento no âmbito local de uma cidade que buscava se reposicionar no cenário nacional com o final da economia da borracha.
Leia em HCS-Manguinhos:
Ingredientes de um prato exótico: saúde e alimentação em pauta no primeiro Congresso Médico Amazônico (Belém, 1939), artigo de Aristoteles Guilliod de Miranda, José Maria de Castro Abreu Jr e Érico Silva (v. 27, n.1, jan./mar. 2020)