Portugal: mudanças políticas de 1834 ao início do século XX pouco impactaram os hospitais

Janeiro/2025

Cirurgia na sala de operações do Hospital de São José, Lisboa, 1911. Foto de Jorge Marçal da Silva. Arquivo de Mendes Silva.

Cirurgia na sala de operações do Hospital de São José, Lisboa, 1911. Foto do médico Jorge Marçal da Silva.

A criação de novos hospitais em Portugal no século XIX e nas primeiras décadas do século XX não trouxe necessariamente uma melhoria no tratamento dos doentes. Salvo raras exceções, eram espaços pequenos, mal equipados e carentes de recursos humanos e materiais. No artigo Os hospitais em Portugal no século XIX e na primeira metade do século XX, publicado no suplemento sobre hospitais da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (v. 31, supl. 1, 2024), Alexandra Esteves, professora da Universidade do Minho (UMinho), em Braga, reflete sobre a resposta hospitalar em Portugal entre 1834 e as primeiras décadas do século XX, quando as diversas mudanças no campo político tiveram pouco impacto na assistência à saúde.

“Se, por um lado, a instabilidade política não era favorável à realização de reformas hospitalares, sobretudo até os finais dos anos 1920, o mesmo não pode ser afirmado a partir da década seguinte, com a instalação de um regime autoritário que se irá manter por mais de quatro décadas”, revela Alexandra Esteves. Com o Estado Novo, as Misericórdias, instituições que, há séculos, desempenhavam papel relevante na prestação de cuidados hospitalares, mantiveram-se como administradoras de hospitais.

Segundo Alexandra, que é pesquisadora do Laboratório de Paisagens, Patrimônio e Território (Lab2PT) da UMinho, enquanto em vários países europeus o hospital afirmou-se como um espaço de prevenção, tratamento e cura, bem como, simultaneamente, de ensino e capacitação tecnológica, em Portugal, persistiu, essencialmente, a vertente assistencial, embora com reduzida intervenção estatal.

Leia o artigo completo na revista HCS-Manguinhos:

Os hospitais em Portugal no século XIX e na primeira metade do século XX, artigo de Alexandra Esteves (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 31, supl 1, set 2024)

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Isabel Amaral (Nova FCT/Lisboa), Alexandra Esteves (Universidade do Minho, Braga) e Céline Paillette (Universidade Paris 1 – Panthéon Sorbonne) editaram o número especial