Janeiro/2015
Instituição científica mais antiga do país, o Museu Nacional, criado em 1818 por D. João VI e transferido para o Palácio de São Cristóvão em 1892, fechou as portas ao público por tempo indeterminado ontem, 12 de janeiro de 2015.
Após três meses sem receber, as empresas terceirizadas de limpeza e segurança decidiram suspender os serviços, o que levou à necessidade de fechamento do museu ao público. Os serviços são pagos pelo orçamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro, à qual o Museu foi integrado em 1946. Porém, o governo federal deixou de repassar recursos suficientes para estes pagamentos no segundo semestre de 2014.
Em 2013, foram aprovadas emendas parlamentares ao orçamento da União de 2014 no valor total de R$ 20,950 para a revitalização do Museu, com aplicação a partir de 2015. Estes recursos, festejados mas ainda não repassados, deverão ser destinados à modernização das exposições e à construção de um prédio anexo para os departamentos de invertebrados e entomologia. Portanto, não se aplicam aos serviços que ora faltam.
Leia a nota divulgada ontem:
Por que estão suspensas as visitas ao Museu Nacional, da UFRJ, na Quinta da Boa Vista?
Em 2018, o Museu Nacional, da UFRJ, na Quinta da Boa Vista, completará 200 anos. É o mais antigo centro de ciência do país e o maior museu de história natural da América Latina. Além de centro de pesquisa de relevância internacional, constitui espaço fundamental de formação e educação científica e cultural da infância e juventude da cidade do Rio de Janeiro. Gerações e mais gerações de cariocas e brasileiros viveram a experiência de visitar um museu pela primeira vez na Quinta da Boa Vista.
No período de férias, o Museu Nacional recebe cerca de 5.000 visitantes nos fins de semana e cerca 1.000 nos dias úteis. Mas o Museu Nacional hoje fechou suas portas à visitação. Naquela que deveria ser a “Pátria Educadora”, conforme promessa da Presidente Dilma Roussef em sua posse, a UFRJ não tem recebido os recursos que lhe cabem, inclusive para pagamento das empresas que prestam serviços de limpeza e portaria ao Museu Nacional.
Impotente diante do que parece ser uma total insensibilidade da chamada “política de austeridade” diante das necessidades básicas de nossa Universidade e, neste caso, do Museu Nacional, só nos resta esclarecer a comunidade universitária e a sociedade sobre a realidade que explica a suspensão das visitas, e vir a público para solicitar o apoio da sociedade e buscar sensibilizar as autoridades governamentais.
Claudia Rodrigues Carvalho – Diretora do Museu Nacional
Carlos Vainer – Coordenador do Fórum de Ciência e Cultura – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Sobre o Museu Nacional, leia em História, Ciências, Saúde – Manguinhos:
Sá, Guilherme José da Silva e et al. Crânios, corpos e medidas:a constituição do acervo de instrumentos antropométricos do Museu Nacional na passagem do século XIX para o XX.Hist. cienc. saude-Manguinhos, Mar 2008, vol.15, no.1, p.197-208. ISSN 0104-5970 resumo em português | inglês texto em português
Silva, Marina Jardim e, Fernandes, Antonio Carlos Sequeira and Fonseca, Vera Maria Medina da Silva Coutinho: uma trajetória profissional e sua contribuição às coleções geológicas do Museu Nacional. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Jun 2013, vol.20, no.2, p.457-479. ISSN 0104-5970 resumo em português | inglês texto em português