Março/2023
Ao longo da primeira metade do século XX, a psiquiatria ocidental, com origem principalmente na Alemanha e Áustria, foi rapidamente adotada no Japão. Em 1940, mais de 130 hospitais psiquiátricos cuidavam de cerca de trinta mil pacientes nas cidades, enquanto nas áreas rurais cerca de sessenta mil pessoas ainda dependiam dos cuidados de familiares. No mesmo período, o império japonês expandiu-se, e muitos imigrantes vieram para o país.
No artigo Psiquiatria imperial japonesa em Tóquio: dois imigrantes coreanos em um hospital psiquiátrico, 1920-1945, Akihito Suzuki, da Universidade de Tóquio, examina a complexidade das estadas de imigrantes coreanos em hospitais psiquiátricos no Japão. O texto está disponível na íntegra em inglês no suplemento especial Histórias transculturais de psicoterapias: novas narrativas da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (v. 29, supl. 1, dez 2022)
Para o autor, o ponto mais crucial da pesquisa seria a percepção do poder da cultura e das forças sociais do Japão e da Coréia dentro do hospital psiquiátrico numa época em que os hospitais psiquiátricos japoneses e a imigração coreana estavam se expandindo rapidamente.
“Na ausência de uma cultura específica de hospitais psiquiátricos, tanto a equipe médica quanto os pacientes coreanos queriam introduzir os valores socioculturais do Japão e da Coreia. Nesse pequeno mundo de hospital psiquiátrico, isso incluía o corpo, a linguagem e as canções”, conclui Akihito Suzuki.
Leia na revista HCS-Manguinhos:
Psiquiatria imperial japonesa em Tóquio: dois imigrantes coreanos em um hospital psiquiátrico, 1920-1945, artigo de Akihito Suzuki (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 29, supl. 1, dez 2022)
Histórias transculturais de psicoterapias: novas narrativas – sumário (História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 29, supl., dez/2022)