Dezembro/2015
A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) entregou ao Brasil na quarta-feira (2/12) o Certificado de Eliminação da Rubéola. O documento foi entregue pelo representante da OPAS/OMS, Joaquín Molina, e pela presidente do Comitê Internacional de Especialistas (CIE), Merceline Dahl-Regis, ao ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Castro, no final da reunião do CIE, realizada na sede da OPAS/OMS, em Brasília. De acordo com Molina, o país se junta ao seleto grupo de Estados que eliminaram a doença. “Assistimos neste continente a um trabalho intenso de mais de dez anos para eliminar a rubéola e a síndrome de rubéola congênita. Hoje a OPAS/OMS reconhece o país que fez todo o esforço para eliminar a rubéola e nos últimos anos trabalhou intensamente para acabar com o último surto de sarampo, deixando para todos nós um legado de muita vivência e saber”. Para o ministro da Saúde, receber o documento é muito significativo para a saúde publica brasileira. “Este certificado vou guardar com muito orgulho de o Brasil ser parte desse seleto grupo de países que eliminaram a rubéola e sermos o primeiro continente a ficar livre da doença”. Ele destacou também a importância da vacinação. “Nada é mais efetivo para a saúde publica do que as vacinas e foi esse trabalho intenso com vacinação em massa da rubéola, do sarampo que nos permitiu chegar aonde chegamos”, disse. Merceline Dahl-Regis também elogiou o desempenho dos brasileiros. “O Brasil é um gigante e esta conquista é um motivo de orgulho. O país tem alguns dos melhores e mais comprometidos profissionais, que nos permitiram chegar neste ponto”. Para a entrega do certificado, é necessário que a transmissão endêmica do vírus da rubéola seja interrompida em todos os países das Américas por um período igual ou superior a 12 meses sem a aparição de casos de Síndrome de Rubéola Congênita e no âmbito de um sistema de vigilância de alta qualidade. O último caso de rubéola no Brasil ocorreu em 2008 e o de síndrome de rubéola congênita, em 2009, após uma intensa campanha de vacinação realizada há sete anos no país. Em abril de 2015, a Região das Américas foi declarada pelo Comitê Internacional como a primeira do mundo livre da transmissão endêmica (que ocorre em um dado território e permanece provocando novos casos com frequência) da rubéola e da síndrome da rubéola congênita. Essa doença viral contagiosa pode causar múltiplos defeitos ao nascer e até morte fetal se contraída por uma mulher durante a gestação. O esforço de 15 anos na vacinação contra sarampo e rubéola em todo o continente culminou neste resultado histórico, que se une a outros similares como a eliminação da varíola, em 1971, e da poliomielite, em 1994, nos quais o continente Americano também foi o primeiro em nível mundial. Na reunião, também foi constatado que a transmissão endêmica do vírus do sarampo no Brasil foi interrompida. Dados do Ministério da Saúde demonstram a interrupção desde 2001 da transmissão autóctone (ocorrida dentro do território nacional) do vírus. No entanto, casos importados ocorreram entre 2001 e 2015. De 2013 a 2015, o numero de ocorrências aumentou devido a surtos já controlados e encerrados de casos importados. Atualmente, não há notificações confirmadas de sarampo no Brasil. Fonte: OPAS/OMS Leia em HCS-Manguinhos: Vacinas e campanhas: as imagens de uma história a ser contada, artigo de Ângela Pôrto e Carlos Fidelis Ponte (vol.10 supl.2 2003). Leia no Blog de HCS-Manguinhos: A saúde no contexto global Primeira edição de HCS-Manguinhos de 2015 traz os dossiês ‘Bioética e diplomacia em saúde’ e ‘Saúde internacional/saúde global’