O paciente informado e os saberes médicos: empoderamento e tensão

Fevereiro/2016

tecle_saudeFBNo campo da saúde, os médicos são os profissionais que conquistaram o direito e o reconhecimento social para enunciar vereditos sobre saúde e doença, detendo o monopólio da informação e do conhecimento. Mas em tempos de internet, tal posse exclusiva vem sendo questionada. Participantes de comunidades online têm acesso a informações sobre diagnóstico, profilaxia, sintomas e tratamento de sua doença, o que lhes dá um campo maior de ação e de escolhas sobre sua condição de saúde, deslocando, em parte, a assimetria que há séculos caracteriza a relação médico/paciente. Ao propiciarem o compartilhamento de informações e experiências, estas comunidades geram sentimentos como os de autorrealização, de identidade e de pertencimento a um grupo, promovendo um empoderamento individual e coletivo.

Uma pesquisa exploratória realizada em três grupos no Facebook – de portadores de diabetes, de hepatite C e de Aids -, identificou polêmicas sobre tratamento, condutas e medicamentos prescritos pelos médicos assistentes. Entretanto, embora tenham sido observadas tensões pontuais entre o “paciente informado” e o profissional de saúde, os saberes médicos parecem não ter perdido a validação ideológica sobre o mundo do cuidado em saúde.

A questão é discutida no artigo “O paciente informado e os saberes médicos: um estudo de etnografia virtual em comunidades de doentes no Facebook”, do professor do Programa de Pós-graduação em Informação e Comunicação em Saúde da Fiocruz André Pereira Neto e dos pesquisadores Monica Lucia Gomes Dantas, Letícia Barbosa e Adriano da Silva. O artigo integra o suplemento sobre ciberativismo que encerrou as edições de HCS-Manguinhos de 2015.

Leia em HCS-Manguinhos:

O paciente informado e os saberes médicos: um estudo de etnografia virtual em comunidades de doentes no Facebook, artigo de André Pereira Neto, Monica Lucia Gomes Dantas, Letícia Barbosa e Adriano da Silva

Acesse o sumário (vol 22, dez/2015)