Novembro/2021
Em 17 de novembro de 1889, em São Luís do Maranhão, cerca de 2 a 3 mil pessoas, descritas como “libertos”, “homens de cor”, “cidadãos do 13 de maio” e “ex-escravos”, saíram em passeata em direção à sede do jornal O Globo para protestar contra as notícias sobre a proclamação da república, temendo que a mudança de governo viesse a restaurar a escravidão. Segundo as fontes, a queda da princesa Isabel era vista como uma ameaça à liberdade conquistada em 13 de maio de 1888.
Os manifestantes foram recebidos por um pelotão armado de fuzis, que abriu fogo, matando quatro homens e ferindo vários, segundo números oficiais.
A conjuntura do fuzilamento de “libertos monarquistas” é analisada pelo sociólogo Matheus Gato de Jesus em seu livro O Massacre dos Libertos. Sobre Raça e República no Brasil (Editora Perspectiva, 2020), vencedor do Prêmio de Melhor Obra Científica no concurso da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) em 2021.
Professor do Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de Campinas (IFCH-Unicamp) e pesquisador do Núcleo Afro do Centro de Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), Gato é o convidado do Encontro às Quintas de 18 de novembro de 2021, às 10h, com transmissão ao vivo pelo Facebook da Casa de Oswaldo Cruz.
O Encontro às Quintas é uma iniciativa do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde (PPGHCS) da Casa de Oswaldo Cruz, coordenado pela professora e pesquisadora Tânia Salgado Pimenta. Após a transmissão ao vivo no Facebook, os vídeos são disponibilizados no canal da COC no YouTube.
Encontro às Quintas
O Massacre dos Libertos: sobre raça e república no Brasil
Convidado: Matheus Gato de Jesus (Unicamp)
Coordenação: Tânia Salgado Pimenta
Data: 18/11/2021
Horário: 10h
Transmissão ao vivo pelo Facebook da COC
Informações: ppghistoriasaude@fiocruz.br
Após a transmissão, ver no canal da COC no YouTube.
Leia em HCS-Manguinhos:
Suplemento Saúde e Escravidão (HCS-Manguinhos, vol.19, supl.1 dez. 2012)
Treze artigos do suplemento temático revelam como viviam, adoeciam, eram curados ou morriam os escravos e libertos no Brasil
O botânico George Gardner e suas impressões sobre a cultura escrava no Brasil: Rio de Janeiro, 1810-1850, artigo de José Carlos Barreiro, (HCS-Manguinhos, vol 24, n. 3, set 2017)
As proposições de Antonio de Saldanha da Gama para a melhoria do tráfico de escravos, “por questões humanitárias e econômicas”, Rio de Janeiro, 1810, artigo de Ana Carolina de Carvalho Viotti, (HCS-Manguinhos, vol. 23, n. 4, dez 2016)
Fronteira, cana e tráfico: escravidão, doenças e mortes em Capivari, SP, 1821-1869, artigo de Carlos A. M. Lima (HCS-Manguinhos, vol. 22, no.3, jul./set. 2015).
Relatos de Luís Gomes Ferreira sobre a saúde dos escravos na obra Erário mineral (1735), artigo de Alisson Eugênio (HCS-Manguinhos, vol. 22, n.3, jul./set. 2015)
Sobre escravos e genes: “origens” e “processos” nos estudos da genética sobre a população brasileira, artigo de Elena Calvo-González (HCS-Manguinhos, vol. 21, no.4, dez 2014)
Saiba mais:
http://novosestudos.com.br/o-massacre-de-17-de-novembro-sobre-raca-e-a-republica-no-brasil/