Fevereiro/2023
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) realizará no dia 16 de março a aula inaugural de 2023, que tem como tema ‘O legado das mulheres negras’. Este ano, a aula será ministrada por Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, uma das fundadoras do Instituto Marielle Franco.
A pesquisadora do Departamento de Endemias Samuel Pessoa da ENSP Marly Marques da Cruz será a moderadora do evento. A aula será no auditório da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, no campus Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro, às 14h. Haverá transmissão ao vivo pelo canal da ENSP no Youtube e tradução para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A vice-diretora de Ensino da ENSP, Enirtes Caetano, afirma que a presença da ministra Anielle Franco na aula inaugural marca valores de uma agenda institucional que deverá avançar na luta antirracista, pela equidade de gênero, por acessibilidade e diversidade. Como exemplo, a Escola adotou a Política de Cotas Raciais em todos os seus cursos e destacou em seus objetivos estratégicos ações de acompanhamento e apoio aos discentes cotistas como forma de lhes garantir a conclusão do estudos com êxito.
“Anielle Franco tem sua trajetória alinhada às questões de raça e gênero no Brasil e seus desdobramentos. Nossa ministra destaca a necessidade de um trabalho colaborativo entre todos os ministérios a fim de que políticas públicas sejam capazes de impulsionar a construção das bases da igualdade racial. Nossa instituição está comprometida com a construção do Brasil do futuro e com a necessidade de estabelecermos pontes que aproximem realidades que expõem e superem as profundas iniquidades sociais brasileiras. Anielle está comprometida com a ampliação e aprofundamento do debate sobre desigualdade e a diversidade étnico-racial e de gênero. E este é um dos nossos compromissos institucionais”, explica.
Novo ano letivo, novos desafios
Enirtes Caetano diz ainda que este novo ano letivo começa com uma série de desafios de reconstrução. “A Educação na ENSP conforma extensa rede colaborativa e mantém seu compromisso com um saber e pensar éticos, com qualidade e aliados aos princípios do SUS”, destaca a vice-diretora. Além disso, ela lembra das adaptações das atividades nos momentos mais agudos da crise sanitária da Covid-19 e reafirma a missão da Escola:
“No auge da pandemia, todos os cursos e programas da Escola se adaptaram e flexibilizaram a modalidade de oferta para preservar vidas. A adoção do ensino remoto emergencial foi necessária e sua reversão na ENSP tem se dado de forma gradativa e planejada desde o segundo semestre de 2021”. Ainda de acordo com a vice-diretora de Ensino, os bons resultados obtidos pelos cursos de Lato Sensu e Qualificação Profissional da Escola, assim como os da avaliação quadrienal do Stricto Sensu, refletem a excelência do corpo docente e discente.
“Mantemos e respeitamos a unidade na diversidade de temas e abordagens que configuram o campo da Saúde Pública e da Saúde Coletiva, combinando tradição, inserção e ousadia”, conclui Enirtes Caetano.
Fonte: Ensp/Fiocruz
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Consciência e conteúdo
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Sobre mulheres negras, leia na revista HCS-Manguinhos:
Ilustre inominada: Lydia das Dôres Matta e enfermagem brasileira pós-1930, artigo de Paulo Fernando de Souza Campos e Alessandra Rosa Carrijo (HCS-Manguinhos v. 26, n.1, jan./mar. 2019)
Uma mulher negra, suas células e alguns desafios da ética em pesquisa, resenha de Cristiano Guedes sobre o livro A vida imortal de Henrietta Lacks, de Rebecca Skloot (Companhia das Letras, 2011) (HCS-Manguinhos, v. 20, supl 1, nov 2013)
Perigosas amas de leite: aleitamento materno, ciência e escravidão em A Mãi de Familia, artigo de Karoline Carula (HCS-Manguinhos v. 19, dez 2012)
‘Amas mercenárias’: o discurso dos doutores em medicina e os retratos de amas – Brasil, segunda metade do século XIX, artigo de Sandra Sofia Machado Koutsoukos (vol.16, no.2, jun 2009)
Leia sobre escravos, escravidão, raça e temas relacionados em HCS-Manguinhos:
O botânico George Gardner e suas impressões sobre a cultura escrava no Brasil: Rio de Janeiro, 1810-1850, artigo de José Carlos Barreiro (HCS-Manguinhos, vol 24, n. 3, set 2017)
As proposições de Antonio de Saldanha da Gama para a melhoria do tráfico de escravos, “por questões humanitárias e econômicas”, Rio de Janeiro, 1810, artigo de Ana Carolina de Carvalho Viotti, (HCS-Manguinhos, vol. 23, n. 4, dez 2016)
Relatos de Luís Gomes Ferreira sobre a saúde dos escravos na obra Erário mineral (1735), artigo de Alisson Eugênio (vol.22, n.3, jul./set. 2015)
Fronteira, cana e tráfico: escravidão, doenças e mortes em Capivari, SP, 1821-1869, artigo de Carlos A. M. Lima (vol.22, no.3, jul./set. 2015)
Apontamentos acerca da Cadeia do Ser e o lugar dos negros na filosofia natural na Europa setecentista, artigo de Christian Fausto Moraes dos Santos e Rafael Dias da Silva Campos (vol.21 no.4 out./dez. 2014)
Sobre escravos e genes: “origens” e “processos” nos estudos da genética sobre a população brasileira. Artigo de Elena Calvo-González (vol.21, no.4, dez 2014)
Entre negros e miscigenados: a anemia e o traço falciforme no Brasil nas décadas de 1930 e 1940, artigo de Juliana Manzoni Cavalcanti e Marcos Chor Maio (v.18 n.2, abr/jun 2011)
- Corpo, saúde e alimentação na Marinha de Guerra brasileira no período pós-abolição, 1890-1910, Almeida, Sílvia Capanema P. de
- Doenças, religião e medicina: a varíola no Benim, século XIX, Soumonni, Elisée
- Sujeira, doença e morte: controle, resistência e mudança no Caribe pós-emancipação, Pemberton, Rita
- Mortalidade escrava durante a epidemia de cólera no Rio de Janeiro (1855-1856): uma análise preliminar, Kodama, Kaori; Pimenta, Tânia Salgado; Bastos, Francisco Inácio; Bellido, Jaime Gregorio
- A demografia atlântica dos africanos no Rio de Janeiro, séculos XVII, XVIII e XIX: algumas configurações a partir dos registros eclesiásticos, Gomes, Flávio
- Um declínio triunfante?: Tétano entre escravos e livres no Brasil, Read, Ian
- Enfermidade e morte: os escravos na cidade de Pelotas, 1870-1880, Loner, Beatriz Ana; Gill, Lorena Almeida; Scheer, Micaele Irene
- Escravos no purgatório: o leprosário do Tucunduba (Pará, século XIX), Henrique, Márcio Couto
- Universos coloniais e ‘enfermidades dos negros’ pelos cirurgiões régios Dazille e Vieira de Carvalho Nogueira, André
- Perigosas amas de leite: aleitamento materno, ciência e escravidão em A Mãi de Familia, Carula, Karoline
- Pai Manoel, o curandeiro africano, e a medicina no Pernambuco imperial, Farias, Rosilene Gomes
- Escravos e cidadãos na Ilha Grande: a alvorada republicana demorou a chegar, Schnoor, Eduardo Cavalcanti
- Uma morfologia dos quilombos nas Américas, séculos XVI-XIX, Florentino, Manolo; Amantino, Márcia
Dossiê: Raça, Genética, Identidades e Saúde (v.12 n.2 maio/ago. 2005)
- Razões para banir o conceito de raça da medicina brasileira, Pena, Sérgio D. J.
- O significado da anemia falciforme no contexto da ‘política racial’ do governo brasileiro 1995-2004, Fry, Peter H.
- Raça, genética & hipertensão: nova genética ou velha eugenia? Josué, Laguardia
- Natureza humana criada em laboratório: biologização e genetização do parentesco nas novas tecnologias reprodutivas, Luna, Naara
- Tempos de racialização: o caso da ‘saúde da população negra’ no Brasil, Maio, Marcos Chor; Monteiro, Simone
- Antropologia, raça e os dilemas das identidades na era da genômica, Santos, Ricardo Ventura; Maio, Marcos Chor