O conceito de regionalização do SUS e seu tempo histórico

Dezembro/2019

O conceito de regionalização tradicional do SUS alcançou limites históricos de capacidade produtiva, afirmam pesquisadores da Unifesp e USP em artigo na atual edição da revista HCS-Manguinhos (v. 26, n. 4, out./dez. 2019). Para Guilherme Arantes Mello, Marcelo Demarzo e Ana Luiza D’Ávila Viana, a atualização desse conceito permitiria abranger vastas possibilidades produtivas.

Superando os limites assistenciais, os autores vislumbram perspectivas inovadoras para um sistema clínico integrado em redes, inserido numa estratégia intersetorial de complexos produtivos regionais, apontando para um inesgotável potencial indutivo do SUS na construção de redes de inteligência e desenvolvimento urbano e regional de longo alcance.

Para os pesquisadores, apesar de notório amadurecimento decorrente do debate político e concentração de pesquisas, o conceito de regionalização mantém-se circunscrito aos referenciais tradicionais. Eles afimam que a atualidade do processo produtivo se relaciona com o tempo histórico dos conceitos envolvidos e defendem uma ruptura epistêmica que incorpore novos referenciais e ferramentas analíticas, à exemplo dos sistemas complexos, redes e urbanização, o que possibilitaria não apenas o desenvolvimento mais efetivo das redes assistenciais, mas pensar seu papel na indução de complexos produtivos regionais.

Grafo de uma única rede de coautorias entre coordenadores da Rede Nacional de Pesquisa Clínica em Hospitais de Ensino, ilustrando a ideia de redes complexas (Tenório, 2016)

Leia em HCS-Manguinhos:

O conceito de regionalização do Sistema Único de Saúde e seu tempo histórico, artigo de Guilherme Arantes Mello, Marcelo Demarzo e Ana Luiza D’Ávila Viana (v. 26, n.4, out./dez. 2019)