Maio/2017
Nascido em 1915 nos “cafundós” e “nos ermos” do distante Goiás, segundo suas próprias palavras, Bernardo Élis Fleury de Campos Curado trouxe o cerrado para a literatura de ficção brasileira, enfocando, em obras como Ermos e gerais, de 1944, as relações do homem com a natureza e os processos de formação social característicos da fronteira oeste do Brasil.
No artigo O cerrado goiano na literatura de Bernardo Élis sob o olhar da história ambiental, publicado na atual edição de HCS-Manguinhos (vol.24, no.1, jan./mar. 2017), os autores Sandro Dutra e Silva, Aurea Marchetti Bandeira e Giovana Galvão Tavares, professores do Centro Universitário de Anápolis, e Luciana Murari, da PUC-RS, analisam as representações de natureza na obra do escritor a partir dos pressupostos teóricos e metodológicos da história ambiental.
Segundo os autores, a literatura de Bernardo Élis remete ao conceito de domínios da natureza porque integra à representação da paisagem elementos culturais e processos ambientais, valorizando a relação do homem com o meio na dinâmica de suas interações, harmônicas ou conflituosas.
“Élis fez parte de um grupo de intelectuais que apresentava, por meio da literatura, as condições de vida na fronteira goiana e as relações humanas nessas paisagens “gerais”. Nas gerais, os dramas de suas personagens misturavam-se ao ambiente físico do cerrado, numa narrativa realista e denunciadora das condições de vida na isolada fronteira (ermos e gerais)”, afirmam.
Leia em HCS-Manguinhos:
O cerrado goiano na literatura de Bernardo Élis sob o olhar da história ambiental, artigo de Sandro Dutra e Silva, Aurea Marchetti Bandeira, Giovana Galvão Tavares e Luciana Murari (vol.24, no.1, jan./mar. 2017)