Junho/2014
O Arquivo Nacional possui expressivos conjuntos documentais sobre futebol. Parte desse acervo integra a exposição virtual Drama e Euforia: o Brasil nas Copas de 50 a 70.
O jornal Correio da Manhã, que circulou de 1901 a 1974, responde por boa parte das imagens expostas: hoje reunidas permitem-nos um outro olhar para aqueles distantes estádios fotografados em preto e branco dos anos 50 e 60 e para a Copa de 70, de que temos uma memória technicolor. Complementam o conjunto registros da Agência Nacional, responsável pelas imagens dos presidentes com as seleções.
Drama e euforia estão presentes em vários momentos da exposição: no torcedor acompanhando pelo rádio um jogo que parecia adverso para o Brasil em 1962; na felicidade daqueles que assistiam à estreia da seleção na fatídica Copa de 50; na chegada dos nossos craques ao país após a conquista de 58. Drama e euforia estarão estampados ainda nas imagens de todas as Copas de nossas vidas.
Apresentação
A Copa do Mundo de futebol teve início em 1930, no Uruguai, com uma breve participação do Brasil. Já em 1934, na Itália de Mussolini, a eliminação se dá logo na estréia. Finalmente composta por profissionais, com craques como Domingos da Guia e Leônidas da Silva, a seleção brasileira obtém o terceiro lugar no Campeonato da França, em 1938.
Com a II Guerra Mundial o campeonato fica suspenso até 1950, ano em que sediamos a Copa. Para ela foi construído, no Rio de Janeiro, o estádio do Maracanã que se notabilizou como o maior do mundo. Com Ademir como artilheiro, a seleção chega à final e perde para o Uruguai. O impacto dramático do resultado obscurece o segundo lugar e o brilho do time de Nilton Santos, Jair Rosa Pinto, Zizinho, entre outros. A Copa de 1954, na Suíça, passa rápido para nós e com três jogos voltamos para casa.
Tudo muda em 1958: o Brasil bossa nova, o Brasil de JK, vence a sua primeira Copa do Mundo, na Suécia, com Pelé, craque aos 17 anos e Garrincha esbanjando genialidade. Finalmente a ‘taça do mundo’ vinha para as nossas mãos.
O bicampeonato em 1962 é comemorado em Brasília, com João Goulart. Na Copa do Chile, apesar da ausência de Pelé, que logo se contunde, o Brasil brilha, com Amarildo, Garrincha e Vavá.
Duas Copas do Mundo aqui apresentadas foram disputadas sob o regime militar no Brasil: a de 1966, na Inglaterra, de triste lembrança; e a de 1970, do inesquecível “Prá frente Brasil” e da conquista do tricampeonato. O cenário é o México e a seleção faz uma campanha irrepreensível, feita só de vitórias.
Para registrar essas seis Copas foram escolhidas imagens dos jogos, mas também dos treinos que nos dão uma amostra das diferentes técnicas utilizadas e das mudanças nos padrões corporais dos jogadores; dos momentos de lazer nas concentrações; das comemorações dos torcedores e dos eventos oficiais; do contato com os fãs. Além disso, a exposição presta uma homenagem a Pelé e Garrincha.
Entre 1950 e 1970 a Copa do Mundo foi definitivamente incorporada à nossa crônica, como evento nacional. O jornal Correio da Manhã, que circulou de 1901 a 1974, responde por boa parte das imagens expostas: hoje reunidas permitem-nos um outro olhar para aqueles distantes estádios fotografados em preto e branco dos anos 50 e 60 e para a Copa de 70, de que temos uma memória technicolor. Complementam o conjunto registros da Agência Nacional, responsável pelas imagens dos presidentes com as seleções.
Drama e euforia resumem a primeira e a última Copa aqui enfocadas, mas estão presentes também em outros momentos da exposição: no torcedor acompanhando pelo rádio um jogo que parecia adverso para o Brasil em 1962; na felicidade daqueles que assistiam à estréia da seleção na fatídica Copa de 50; na chegada dos nossos craques ao país após a conquista de 58. Drama e euforia estarão estampados ainda nas imagens de todas as Copas de nossas vidas.
Cláudia Beatriz Heynemann Maria do Carmo Teixeira Rainho
Fonte: Arquivo Nacional Leia em HCSM: – Macacos não jogam futebol – ‘O x da questão não está na reação do jogador, mas no teor da campanha’ – Formação de relações regionais em um contexto global: a rivalidade futebolística entre Rio de Janeiro e São Paulo durante a Primeira República, Artigo de Christina Peters.