Maio/2018
Há duzentos anos, em 16 de maio de 1818, o Rei Dom João VI, interessado em estreitar laços com povos germânicos, baixou um decreto que autorizou o agente do Cantão de Fribourg, na Suíça, Sebastien Nicolas Gachet, a estabelecer uma colônia de cem famílias suíças na Fazenda do Morro Queimado, no Distrito de Cantagalo, onde o clima era semelhante. Entre 1819 e 1820, a região foi colonizada e ganhou o nome de Nova Friburgo. HCS-Manguinhos já publicou dois artigos sobre a cidade de Nova Friburgo. Acesse: De Nova Friburgo a Fribourg através das letras: a colonização suíça vista pelos próprios imigrantes , artigo de Gisele Sanglard (v.10, n.1, jan./abr. 2003) A história da imigração suíça no Brasil tem como marco inicial a fundação da colônia de Nova Friburgo, em 1819. A singularidade de Nova Friburgo se encontra no fato de ter sido a primeira empresa colonial contratada pelo governo português. Este trabalho é um convite a um retorno no tempo, para o período de constituição da colônia de Nova Friburgo através das cartas que os próprios imigrantes escreveram e que foram publicadas em um jornal suíço da época. Através destas cartas pode-se perceber o encontro de dois mundos diferentes: o Velho e o Novo Mundo, além de encontrar com outros suíços que já estavam estabelecidos no Rio de Janeiro ou que aqui estavam se estabelecendo, mostrando toda a dinâmica do ir-e-vir de imigrantes, partícipes ou não de empresas migratórias. Percepção, informação e expectativa são a tônica destas mensagens. A caminho do paraíso: Galdino do Valle Filho e o projeto liberal burguês na Nova Friburgo republicana, artigo de Ricardo da Gama-Rosa Costa (vol. 9, n. 1, jan./abr. 2002) Este artigo apresenta parte da história política de Nova Friburgo, cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro, a partir da trajetória do grupo liderado pelo médico Galdino do Valle Filho, durante a afirmação da ordem republicana no país, no início do século XX. O grupo de Galdino, associado à defesa dos interesses de industriais e comerciantes, elaborou uma visão de cidade “europeia” e “civilizada”, quando da instalação no município das primeiras fábricas têxteis, fundadas por empresários alemães. Na construção dessa imagem houve tensão entre privilegiar a formação de Nova Friburgo, ligada à colonização suíça no século XIX, ou reconhecer a forte presença germânica na cidade. É dessa época a formulação do “mito da Suíça brasileira”, relacionada à luta pela hegemonia dos liberais. O mito acabou se firmando como contingência do processo histórico mundial, abalado pelas duas grandes guerras, nas quais a participação dos alemães ficou marcada como negativa.