Outubro/2014
O Museu da Maré, no Rio de Janeiro, está sob ameaça de despejo. Inaugurado em 8 de maio de 2006, o museu está instalado num imóvel que foi cedido por dez anos em comodato para o Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), ONG gestora do Museu. O período de validade do documento expirou no final do ano passado e, em setembro de 2014, o museu recebeu do Grupo Libra – empresa proprietária do imóvel – uma notificação com o prazo de noventa dias para a devolução do imóvel “livre de pessoas e coisas”. Foi iniciado então um movimento de apoio ao Museu. Gestores de órgãos das três esferas do governo – Instituto Brasileiro de Museus (Ibram); Ibram do RJ; Sistema Estadual de Museus; e Instituto Pereira Passos – participaram de uma reunião. O Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, em conjunto com o Instituto Pereira Passos, empenharam-se diretamente no processo de tombamento do acervo do Museu, que ocorreu no dia 18 de setembro. Agora, o prefeito Eduardo Paes precisa confirmar a decisão e encaminhar o decreto para publicação no Diário Oficial. A aprovação do tombamento do acervo do Museu não resolve a situação do comodato do imóvel, mas permite pensar em outras estratégias, uma vez que o valor patrimonial do acervo para a cidade do Rio de Janeiro foi reconhecido. Para chamar a atenção do público, foi criado o movimento Museu da Maré Resiste!, que lançou um abaixo-assinado pela desapropriação do imóvel em favor do Museu e organiza para sábado, 18, de outubro, a Caminhada da Resistência. As iniciativas vem recebendo apoio de diversos museus e instituições da área cultural. Segundo a coordenadora do Museu da Maré, Cláudia Rose Ribeiro da Silva, o objetivo é sensibilizar os governos municipal, estadual e federal. “O Museu representa uma novidade no cenário da museologia por ser um museu construído na primeira pessoa, para falar da realidade local, preservar as memórias e histórias do moradores, sem contudo se fechar em si mesmo. Ele é um instrumento de diálogo entre as diversas realidades e expressões culturais do nosso país”, diz Cláudia. Para o diretor da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, Paulo Elian, o Museu da Maré é um marco e tem extrema importância para cidade e especialmente para a região da Maré como “equipamento cultural”. “O Museu da Maré é aquilo que internacionalmente chamam de ‘museu de território comunitário’. Ele está fortemente inserido em uma determinada comunidade e resulta da ação dessas pessoas e dos elementos de memória, identidade e pertencimento por elas desenvolvidos”, afirma. Elian lembra que a presença próxima da Fiocruz e as atividades do Museu da Vida inspiraram parcialmente a ideia do projeto, acolhido pelo Ministério da Cultura durante a gestão do ministro Gilberto Gil, que esteve na inauguração, numa cerimônia emocionante e de grande carga simbólica. “Este Museu não foi concebido em gabinete. Portanto, sua permanência ali é essencial e prova que pode existir uma cidade democrática, diversa e criativa e que tudo isso pode ser fruto das realizações e experiências dos mais diferentes grupos e segmentos sociais”, enfatiza. Serviço: Caminhada da Resistência 18/10 (sábado) Concentração: 15:00 no Museu da Maré Horário: 16:00 às 18:00 Percurso: Museu da Maré ~ Av. Guilherme Maxwell ~ Av. Brasil (Passarelas 7 a 10) ~ Praça do Parque União Ao longo do ato irão ocorrer diversas apresentações culturais e intervenções artísticas! Confirme sua presença: http://zip.net/bkpNvd Assine e compartilhe os abaixo-assinados: Petição Pública: http://zip.net/bcpLgR Avaaz: http://zip.net/bqpDms Panela de Pressão: http://zip.net/bkpLnM Compartilhaço: http://zip.net/bmpLc2 #SOSMUSEUDAMARE Fonte: Movimento Museu da Maré Resiste
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