Morre Leopoldo de Meis

Dezembro/2014

Leopoldo de Meis

Leopoldo de Meis
Foto de Vinicius Zepeda/Faperj

Faleceu ontem no Rio de Janeiro (7/12) o cientista, humanista e educador Leopoldo de Meis. Professor emérito da UFRJ, foi um dos fundadores do Instituto de Bioquímica Médica da universidade, que leva seu nome, em uma justa homenagem.

Filho de Ezio, um violoncelista italiano, e de Maria de Meis, Leopoldo de Meis nasceu em uma colônia italiana em Suez, no Egito, mas passou a infância em Nápoles, na Itália, para onde a família se mudou após o início da Segunda Guerra Mundial. Em 1947, eles se mudariam novamente, dessa vez para o Brasil.

Formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1961.

Ainda no primeiro ano do curso, começou a trabalhar no laboratório do doutor Walter Oswaldo Cruz, no Instituto Oswaldo Cruz, onde despertou seu gosto pela Ciência.

Após uma temporada nos Estados Unidos, no National Institute of Health, retorna ao Brasil para o Instituto Oswaldo Cruz em 1964, transferindo-se dois anos depois para o Instituto de Biofísica da UFRJ, associando-se ao laboratório do professor Antônio Paes de Carvalho.

Por conta da perseguição política empreendida pelo regime militar no Brasil, decidiu se mudar com a família para Heidelberg, na Alemanha, onde foi professor visitante do Instituto Max Planck, a convite do professor Wilhelm Hasselbach.

Em 1978, foi aprovado professor titular do então Departamento de Bioquímica Médica da UFRJ, que posteriormente daria origem ao Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis. Trabalhou em colaboração com diversos cientistas renomados, como Paul Boyer, André Goffeau, Armando e Marieta Gómez-Puyou. Dedicou-se ao estudo da transdução de energia e bomba de cálcio e à educação para a ciência.

Era membro titular da Academia Brasileira de Ciências. Em 1994, recebeu o título Doctor Honoris Causa pela Universidade de Louvain, na Bélgica e, em 1995, a Ordem Nacional do Mérito Científico, Classe Grã Cruz.

Recebeu os prêmios Conrado Wessel e Globo Faz a Diferença, entre outras distinções: Prêmio Glaxo Evans (1965), Prêmio LAFI (1978), Prêmio de Química, da Academia do Terceiro Mundo (Trieste, Itália – 1985), Diploma World Cultural Council (1986), Prêmio Oswaldo Cruz, da Prefeitura do Estado do Rio de Janeiro (1988), N. Van Uden Award Lecture, da Universidade de Coimbra (1993), Doctor  Honoris Causa, da Universidade de Louvain, Bélgica (1994), a Ordem Nacional do Mérito Científico, Classe Grã Cruz (1995) e a Ordem Nacional do Mérito Educativo (2000), entre muitos outros.

Publicou 205 trabalhos científicos em revistas internacionais e nacionais e é autor de 13 livros. Orientou 34 dissertações de mestrado e 37 de doutorado

Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (1983 a 1984), participou do Conselho Diretor do CNPq e da Capes (1992 a 1994), e fez parte do Corpo Editorial de vários periódicos ao longo de toda sua carreira.

Fonte: Capes e Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ

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