Dezembro/2021
Fátima Machado foi uma das precursoras no trabalho de campo e ativismo da redução de danos no Brasil. Uma das fundadoras da Associação Brasileira de Redutores de Danos (Aborda), em 1997, faleceu em 7 de setembro de 2019, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, aos 59 anos, depois de lutar contra vários problemas de saúde. A ativista concedeu o depoimento publicado na atual edição da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (vol. 28, n. 3, jul/set 2021) na véspera de sua internação, e foi a óbito poucos dias depois.
A entrevista aborda a trajetória, no Brasil, das políticas e práticas de redução de danos, focaliza os anos iniciais de desenvolvimento dessas práticas inovadoras e problematiza seus desdobramentos. Perspectiva que surgiu na Europa na década de 1980, a redução de danos teve início no Brasil em 1989, como estratégia de prevenção à aids entre usuários de drogas injetáveis, e depois se diversificou e ampliou. O depoimento foi concedido no ano em que a Política Nacional Sobre Drogas foi alterada, retirando a redução de danos de suas diretrizes, o que aumenta a importância do material aqui apresentado.
Fátima Machado colaborou na elaboração da Agenda Estratégica para a ampliação do Acesso e cuidado Integral das Populações Chave em HIV, Hepatites Virais e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. Também atuou como mobilizadora estadual de redução de danos em seu estado, Rio Grande do Sul, e participou das lutas pela garantia de direitos humanos das populações-chave e em defesa do empoderamento das pessoas que usam drogas.
Neste Dia Mundial de Luta contra a Aids, 1º de dezembro de 2021, prestamos homenagem a Fátima Machado pelo seu ativismo e dedicação à redução de danos no Brasil.
Leia na revista HCS-Manguinhos:
Memória das políticas e práticas em redução de danos: entrevista com Fátima Machado
Depoimento de Fátima Machado, por Luciane Raupp, Carla Nunes Weber e Marta Conte (História, Ciências, Saúde – Manguinhos,vol. 28, n. 3, jul/set 2021)