Junho/2023
Pesquisadores e especialistas de diversas instituições compõem a mesa de debates “Mata Atlântica e Baía de Guanabara: entre histórias e desafios”, que acontece nesta sexta-feira, dia 2 de junho, às 14h, na Escola Nacional de Botânica Tropical (ENBT), como parte da programação da Semana da Mata Atlântica no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
A primeira palestra terá como tema “Despoluição da Baía de Guanabara, três décadas depois” e será ministrada pelo jornalista Emanuel Alencar, que também é mestre em engenharia ambiental pela UERJ e autor do livro “Baía de Guanabara – descaso e resistência”. Ele falará sobre o que aconteceu com o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), iniciado há quase trinta anos, e a situação atual da Baía.
A historiadora Lise Sedrez, do Instituto de História da UFRJ, abordará o mutirão de reflorestamento iniciado, em 1995, no Morro da Babilônia, no Leme, trazendo à tona as relações entre os moradores da favela e seu ambiente biofísico. A pesquisadora recorreu a arquivos e história oral para desvendar as relações entre moradores humanos e não-humanos do local, entre memórias de quilombos e projetos de reflorestamento, e suas transformações nos últimos 30 anos.
Lise Sedrez é doutora em História da América Latina pela Stanford University, com pós-doutorado pelo Rachel Carson Center, Alemanha, e pela UFMG. Pesquisa história ambiental urbana, desastres socioambientais, governança ambiental, e, em particular, a Baía de Guanabara.
Uma experiência na Bahia (estado) e outra na Baía de Guanabara mostram como atores locais, representantes de povos e comunidades tradicionais podem contribuir diretamente na conservação e uso sustentável de unidades de conservação da Mata Atlântica. Na palestra “Protagonismo de populações locais em áreas protegidas da Mata Atlântica: experiências e inspirações de pescadores da APA Guapimirim (RJ) e do povo Pataxó no PARNA Descobrimento (BA)”, o pesquisador Breno Herrera da Silva Coelho, analista ambiental do ICMBio, apresentará os dois casos: a atuação de pescadores artesanais na defesa e monitoramento dos manguezais da Baía de Guanabara (APA Guapimirim) e o pioneirismo do PARNA Descobrimento em atuar em regime de dupla proteção – ambiental e indígena – na conciliação de direitos com a terra indígena Comexatibá, habitada e protegida pelo povo pataxó.
Breno Herrera é doutor em Psicossociologia e Ecologia Social (UFRJ), professor colaborador nos programas de pós-graduação Biodiversidade em Unidades de Conservação (ENBT/JBRJ), Desenvolvimento Territorial (Uerj) e Ecoturismo e Conservação (UNIRIO).
“Ecossistemas da Baía da Guanabara: da diversidade ecológica aos desafios de gestão” é o tema da palestra de Ricardo Voivodic, geógrafo, mestre em Geografia e Gestão do Território pela UFRJ e servidor do INEA. Ele abordará a diversidade de ecossistemas que compõem a bacia hidrográfica da Baía da Guanabara, apresentando aspectos ecológicos da transição desses biomas, sua interface com a ocupação urbana e industrial e dificuldades de gestão, assim como os impactos ambientais decorrentes dessa ocupação. Tratará ainda dos inúmeros dispositivos de gestão do território e sua interface com a gestão por ecossistemas, incluindo as unidades de conservação, os zoneamentos e, especialmente, os conselhos e órgãos colegiados de governança, como o Comitê da Bacia Hidrográfica da Baía da Guanabara, seus subcomitês e câmaras técnicas.
Ricardo Voivodic é chefe do Parque Estadual da Serra da Tiririca, em Niterói e atuou como chefe do Serviço de Gerenciamento Costeiro do INEA por seis anos.
A mesa é organizada pela historiadora Alda Heizer (JBRJ e COC/Fiocruz) e terá como mediador Jorge Luiz do Nascimento, mestre em Zoologia pelo Museu Nacional/UFRJ e analista ambiental do ICMBio. Atualmente, ele coordena a Área Temática de Gestão do Conhecimento, Monitoramento e Conservação da Biodiversidade do Parque Nacional da Serra dos Órgãos/NGI ICMBio Teresópolis. Também desenvolve e apoia projetos e ações com foco em gestão socioambiental em unidades de conservação, principalmente no Mosaico da Mata Atlântica Central Fluminense, e é professor convidado do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Territorial (DTur/IGeog/UERJ) e colaborador do Programa de Pós-graduação Profissional Biodiversidade em Unidades de Conservação (ENBT/JBRJ).
O evento é gratuito e aberto ao público.
Mesa de debate: “Mata Atlântica e Baía de Guanabara: entre histórias e desafios
Dia 2/6/2023, às 14h
Auditório Graziela Maciel Barroso
Escola Nacional de Botânica Tropical / Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Solar da Imperatriz – Rua Pacheco Leão, 2040, Horto, Rio de Janeiro.
Fonte: Newsletter do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
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Conciliar o útil ao agradável e fazer ciência: Jardim Botânico do Rio de Janeiro – 1808 a 1860. Bediaga, Begonha. Dez 2007, vol.14, no.4
O botânico e o mecenas: João Barbosa Rodrigues e a ciência no Brasil na segunda metade do século XIX.Sá, Magali Romero. 2001, vol.8
Viajantes-naturalistas no Brasil oitocentista: experiência, relato e imagem. Kury, Lorelai, vol.8, 2001
Richard Spruce, botânico e desbravador da América do Sul. Seaward, Mark R. D. Out 2000, vol.7, no.2
Destruição e proteção da Mata Atlântica no Rio de Janeiro: ensaio bibliográfico acerca da eco-história. Soffiati, Arthur, vol.4, no.2, out 1997
A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica Brasileira. Sá, Magali Romero, vol.3, no.3, nov 1996
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