Setembro/2013
Como parte do módulo de acolhimento e avaliação do programa Mais Médicos, 45 profissionais estrangeiros que irão trabalhar em comunidades indígenas visitaram a Casa de Apoio à Saúde do Índio no Distrito Federal (Casai/DF), na manhã desta sexta-feira (06). A casa abriga pacientes indígenas de várias partes do país durante tratamento na rede pública de saúde. A visita proporcionou aos médicos um primeiro contato com a estrutura da saúde indígena e com membros de diferentes etnias.
O secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, acompanhou o grupo durante todo o dia de treinamento. “Fico orgulhoso em poder viver esse momento e tenho certeza que eles virão para somar. Virão para mudar a realidade da saúde indígena porque são profissionais preparados que tem um espírito humanitário muito forte”, afirmou o secretário. (Veja depoimento)
Além dos médicos cubanos, um profissional da Colômbia e um brasileiro formado na Venezuela também estiveram na Casai. A médica Marcele Blanco Echevarria, que irá atender no município de Altamira (PA), conta que já trabalhou com povos indígenas: “Na África e em Honduras trabalhei em zona indígena. Quando fomos embora eles ficaram chorando porque não queriam que fossemos. Acho que aqui no Brasil vai acontecer o mesmo. Estamos com muito desejo de trabalhar e ajudar as comunidades indígenas que estão precisando de nossa ajuda”, afirmou a médica que tem 20 anos de formação. (Assista ao vídeo)
Esses médicos irão atender comunidades no Maranhão, Amazonas, Acre, Pará, Tocantins e Roraima. A enfermeira Kenia Gomes atua há cinco anos na saúde indígena e está ansiosa com a ida dos profissionais para as comunidades indígenas. “A referência da medicina de Cuba é mundial e a gente acredita que a presença deles dentro das aldeias vai ser um incentivo para que os nossos profissionais possam também estar atuando com mais afinco. É um prazer ter os médicos cubanos aqui”, disse. (Assista aqui)
Treinamento – Durante o dia de convivência na Casai os médicos tiveram palestras sobre atenção primária específica para povos indígenas. Participaram de rodadas de diálogo para entender melhor sobre os diversos povos e conhecer as especificidades para poder oferecer um cuidado de acordo com as particularidades de cada etnia. Eles ainda passaram pelos dormitórios, centro de enfermagem, conheceram o artesanato feito pelas índias e experimentaram pratos da culinária indígena.
O módulo para todos os médicos estrangeiros e brasileiros com formação no exterior terá duração de 120 horas de aulas expositivas, oficinas e simulações de consultas. Também haverá aulas de língua portuguesa e avaliações para testar a comunicação dos médicos. Os profissionais da primeira etapa do programa começam a atender a partir do dia 16 de setembro.
Fonte: Camilla Terra / Blog da Saúde
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