Maio/2025

Imagem apresentada em congresso em Nova York em 1932 e reproduzida no livro do arquivo da Wellcome Library, Londres.
Apesar da chamada ciência eugênica ter sido desacreditada após a Segunda Guerra Mundial, até hoje suas ideias reverberam no mundo, manifestando-se em formas de racismo, misoginia, homofobia, xenofobia, capacitismo e outras formas de hierarquização dos seres humanos.
No livro Eugenia ontem e hoje (Editora Fiocruz, 2025), Robert Wegner, pesquisador do Departamento de Pesquisa em História das Ciências e da Saúde (Depes) da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), constrói ferramentas de crítica às desigualdades e ao racismo no mundo contemporâneo.
Na primeira parte, o livro apresenta noções básicas sobre a história da eugenia, analisando como os movimentos eugênicos se organizaram na primeira metade do século XX em países como a Inglaterra, os Estados Unidos, o Brasil, a Alemanha e os países escandinavos.

Capa do livro Eugenia ontem e hoje, de Robert Wegner
Na segunda parte, o autor aborda exemplos de políticas e concepções mais recentes que ressoam ideias e práticas eugênicas, como nas políticas de controle de natalidade nos países pobres entre as décadas de 1950 e 1970, nos debates desencadeados pelo Projeto Genoma Humano nos anos 1990, nas controvérsias bioéticas contemporâneas sobre o emprego de tecnologias de reprodução assistida e na defesa explícita da eugenia e do racismo por parte de movimentos de extrema-direita.
O livro impresso, com 210 páginas, está a venda por 20 reais na Editora Fiocruz. O e-book pode ser baixado no SciELO Books por 12 reais. E uma amostra grátis das primeiras 43 páginas está disponível no Google Play!
Leia muito mais sobre eugenia no Blog e na revista HCS-Manguinhos!
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Para o sanitarista (1868-1939), álcool e sífilis causariam a degeneração da população e justificariam a interferência do Estado na vida privada. Leia artigo de Leonardo Dallacqua de Carvalho em HCS-Manguinhos.
Autores de artigo na revista HCS-Manguinhos discutem como o polêmico movimento científico buscou um “melhoramento genético” da raça humana, no início do século XX, olhando para a questão da mulher. Papel da mulher para a nação foi tema de evento em 1929.
Robert Wegner, professor e pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz, publica resenha da obra de Nikolai Krementsov nesta edição de HCS-Manguinhos.
Kehl é o principal personagem do movimento eugênico brasileiro, além de ser um dos nomes mais influentes da eugenia na América Latina
HCS-Manguinhos traz uma resenha do livro Eugenics: a very short introduction (Oxford University Press, 2017), de Philippa Levine, professora do departamento de História da Universidade do Texas. Na resenha, a professora Paula Arantes Botelho Briglia Habibi, da Universidade Federal Fluminense, afirma que o livro “presta um belo serviço ao tratar de assunto tão controverso e espinhoso”.
Sandra Caponi, da UFSC, discute texto de Renato Kehl intitulado “Uma esterilização de dois grandes degenerados e criminosos”
Artigos discutem os vínculos imanentes da eugenia com os eixos conceituais saúde/doença, normalidade/anormalidade e inclusão/exclusão, e revelam uma diversidade de metodologias e objetos de estudo

Em entrevista exclusiva ao Blog de HCS-Manguinhos, Vanderlei Sebastião de Souza fala sobre seu artigo no número especial de
HCS-Manguinhos sobre a eugenia latina em contexto transnacional.
Número especial da revista HCS-Manguinhos (vol. 23, supl. 1, dez. 2016) discute a persistência de práticas eugênicas após a II Guerra e a desestruturação da eugenia como movimento organizado
Anpuh premia tese de Vanderlei Sebastião de Souza sobre o “retrato racial” do brasileiro feito por Edgard Roquette-Pinto entre 1910 e o início da década de 1930, quando trabalhou no Museu Nacional.
Proposto no livro A hora da eugenia, publicado em 1991 por Nancy Stepan, o conceito de “eugenia latina” é revisitado por uma série de artigos vindos de diferentes países, que abordam distintos contextos históricos.