Janeiro/2020
Datado do século XIX e início do XX, um vasto patrimônio das escolas secundárias portuguesas relativo ao ensino das ciências naturais – como animais conservados em líquido, coleções osteológicas, herbários, rochas, minerais e fósseis, modelos anatômicos de animais e plantas, modelos cristalográficos, microscópios e lupas -, ainda existe, mas não está devidamente inventariado, catalogado e preservado, além de inacessível ao público.
No artigo Instrumentos, objetos e coleções como fontes para a história do ensino das ciências, publicado na seção Fontes da atual edição de HCS-Manguinhos (v. 26 n. 4, out./dez. 2019), Inês Gomes, pesquisadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, explica que as coleções dos antigos liceus não são apenas “objetos empoeirados”, mas constituem um patrimônio científico rico, nacionalmente distribuído e com significado contemporâneo, além de serem evidência da forma como a ciência foi ministrada, materializando a evolução do ensino científico em Portugal.
Segundo a autora, as coleções de história natural das escolas secundárias portuguesas encontram-se numa situação de semiabandono, como consequência do declínio do seu uso nas aulas, da falta de pessoal, da falta de tempo e da falta de conhecimento dos responsáveis. “É preciso, urgentemente, conhecer e estudar o que existe”, defende.
Leia em HCS-Manguinhos:
Instrumentos, objetos e coleções como fontes para a história do ensino das ciências, artigo de Inês Gomes, (v. 26 n. 4, out./dez. 2019)