Historiadores de vários países participam do 25º Congresso Internacional de História da Ciência e da Tecnologia no Rio

Julho/2017

Mesa de abertura do 25o Congresso Internacional de História da Ciência e da Tecnologia no Rio de Janeiro

Cerca de 500 pessoas de diversos países participaram neste domingo, 23 de julho, da abertura do 25º Congresso Internacional de História da Ciência e da Tecnologia, realizada no auditório da Bolsa de Valores, no Centro do Rio de Janeiro. O Congresso acontece até sábado, 29, no Campus da UFRJ da Praia Vermelha. É a primeira vez que o Congresso – o maior evento internacional da área – é realizado no hemisfério Sul.

Presente à mesa de abertura, composta por representantes de entidades nacionais e internacionais de História da Ciência, a presidente da Fiocruz, Nisia Tridade Lima, destacou a importância da realização do congresso no Rio, principalmente num momento em que o Brasil enfrenta uma crise que ameaça gravemente a ciência. A socióloga explicou que, nas últimas décadas, houve um processo forte de desenvolvimento da área de história das ciências e da tecnologia no país, e contou que está em curso uma campanha nacional em defesa da Ciência – denominada Ciência sem Cortes -, que conta com o engajamento dos historiadores da ciência. Segundo Nisia, a realização deste Congresso no Rio demostra que a comunidade acadêmica está consciente da necessidade de se pensar história da ciência e de trocar conhecimento com pesquisadores de outros lugares.

Marcos Cueto na conferência de abertura do 25o Congresso Internacional de História da C&T

Em seguida, o editor-científico de HCS-Manguinhos, Marcos Cueto, abriu o Congresso com a conferência Trajectories and challenges of history of science in Latin America, na qual traçou um panorama do surgimento e o desenvolvimento da história da ciência e da medicina na América Latina, com ênfase especial no Brasil e na Argentina. Segundo Cueto, o campo foi marcado pela descontinuidade, fragmentação, empirismo e pouca preocupação teórica, em parte como resultado de condições adversas, como intervenções políticas em vidas acadêmicas, fragilidade institucional e pouca comunicação com historiadores de outros países.

“Minha impressão é que a história da ciência em países em desenvolvimento, mesmo na América Latina, cresceu nos últimos anos, mas é um triângulo sem base. Muitos historiadores da ciência de nações em desenvolvimento estão cientes do que ocorre nos centros metropolitanos mas não têm suficiente contato entre si. O esforço para ultrapassar a fragmentação e construir uma base para este triângulo – ou intercâmbios Sul-Sul – já está em curso”, disse Cueto. Para o historiador, o Congresso será uma oportunidade para os participantes se impressionarem com as histórias locais e globais de várias partes do mundo e fazerem novas amizades.

Nesta segunda-feira, a equipe de HCS-Manguinhos estará na sala IE 223 do Instituto de Economia da UFRJ, participando na mesa 67, 21st Century Challenges For History Of Science And History Of Medicine Journals. Serão discutidas questões importantes sobre a publicação de revistas científicas como sustentabilidade dos periódicos, internacionalização e acesso aberto. Saiba mais.

Leia mais notícias sobre o evento no Blog de HCS-Manguinhos ao longo desta e da próxima semana
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