Ao cursar, simultaneamente, jornalismo e história, Bruno Leal vivia intensamente as transformações tecnológicas da comunicação ao mesmo tempo em que testemunhava a desconfiança que elas geravam no meio acadêmico. Sentindo falta de um espaço de interação entre professores e pesquisadores de história na internet, ele criou, em 2008, o Café História, cujo nome remete tanto ao tradicional lugar de encontro quanto aos cybercafés de hoje, ponto de acesso à internet.
Para divulgar a rede social, Leal distribuiu mil flyers em museus, cinemas, faculdades, teatros, centros culturais. Não funcionou. Então ele divulgou o endereço em todas as suas listas de e-mail e grupos de história do falecido Orkut. Era só clicar. Funcionou, e bem. Virou referência como canal de divulgação científica online de conteúdos sobre história.
Em conversa com a equipe editorial de HCS-Manguinhos, Leal falou sobre o Café História e a relação entre internet, comunicação e as atividades dos historiadores. Visionário, ele criticou a atual formação do historiador e defendeu uma reformulação curricular que possibilite uma nova forma de produzir e divulgar o conhecimento histórico.
“Defendo tanto que os cursos de graduação em história ofereçam cadeiras destinadas à divulgação de história e história digital. É fundamental que os alunos aprendam a usar essas novas ferramentas de forma ética, responsável e consciente”, afirma.