Abril/2024
A revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos abre o ano de 2024 festejando o centenário de uma instituição muito cara às mulheres, e, em especial, às mães. A revista introduz a história do Instituto Fernandes Figueira (IFF), criado como Hospital Abrigo Arthur Bernardes, entre 1924 e 1926, com o objetivo de levar educação em saúde para as mães e ofertar cuidados e proteção às suas crianças.
“Seu objetivo inicial guiou sua trajetória”, afirma Luiz Antonio Teixeira, editor, junto com Larissa Velasquez de Souza, de um conjunto de textos que tratam da memória e da história do IFF e que, conforme promete o pesquisador, “suplantam a curiosidade histórica”.
Teixeira explica que, embora tenha passado por períodos turbulentos em suas primeiras décadas, o Instituto, batizado com o nome de seu criador, o pediatra Antônio Fernandes Figueira, em 1947, expandiu suas atividades agregando à sua missão a perspectiva de difundir boas práticas no campo da saúde materno-infantil e auxiliar o Estado na produção de políticas públicas para essa população.
“Analisar a trajetória do Instituto, mais do que reverenciar seu criador e os tempos passados, é agir com a perspectiva do futuro. É levar aos seus profissionais a memória de seu trabalho – e de seus antecessores – ampliando a identidade e o sentido de pertencimento de seus trabalhadores. É fomentar a discussão sobre as possibilidades forjadas pelos arranjos institucionais historicamente determinados e as janelas de oportunidades que tais arranjos permitem abrir para o futuro. É fortalecer a instituição a partir da divulgação de suas atividades e importância para o Sistema de Saúde”, defende o professor do IFF e da Universidade Estácio de Sá.
Teixeira conta que tal projeto se fortaleceu no último quartel do século XX, quando a incorporação à Fundação Oswaldo Cruz possibilitou ao IFF o reforço de seus campos de pesquisa, ensino e assistência. A partir do final do século XX, impulsionado pelas oportunidades e demandas surgidas com a criação do Sistema Único de Saúde, o instituto se consolidou como instituição de referência em cuidados, ensino, pesquisa e educação direcionadas a mulheres, crianças e adolescentes.
“Invertendo o provérbio iorubá, que diz que “Exu matou um pássaro ontem, com uma pedra que jogou hoje”, podemos afirmar que essa história do Instituto auxilia a transformar seu amanhã a partir das práticas e conhecimentos que foram produzidos ontem”, conclui Teixeira, autor, com Larissa Velasquez, da Carta dos Editores (v. 31, 2024).
Pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Teixeira e Velasquez também acabam de lançar o livro “Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira: 100 anos de cuidados, ensino, pesquisa e inovação”, coordenado por eles com a participação de outros pesquisadores.
Na revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos, os editores apresentam aos leitores duas entrevistas com atores-chave que vêm dando vida à história do instituto nos campos da educação e da neonatologia, e dois artigos sobre a história do instituto e de grupos de profissionais que dele fizeram parte.
“No seu centenário, o IFF busca pensar seus caminhos para responder aos desafios apresentados pela conjuntura contemporânea. Nesse processo, a iniciativa de olhar para o passado do instituto, com o objetivo de trilhar os melhores passos rumo ao futuro, mostra-se atraente”, afirmam na Carta dos Editores (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 31, 2024).
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