Goethe: a ciência do poeta

Agosto/2017

Goethe in der römischen Campagna (Goethe na campanha romana), tela de Johann Heinrich Wilhelm Tischbein, 1786.

Em 28 de agosto de 1749 nascia o poeta Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), tido por muitos como o maior autor alemão de todos os tempos. O que poucos sabem é que Goethe foi também cientista e que ele mesmo considerava sua obra científica muito mais importante e relevante do que sua obra poética. Esta sua faceta foi analisada por Izabela Maria Furtado Kestler no artigo Johann Wolfgang von Goethe: arte e natureza, poesia e ciência, publicado em HCS-Manguinhos em 2006 (v.13,  supl.0).

Goethe em 1828. Óleo sobre tela de Stieler.

A obra científica de Goethe engloba os campos da anatomia humana e animal, ótica, geologia, mineralogia, química, botânica, morfologia e meteorologia. Ele considerava que na natureza e na arte vigiam as mesmas leis, conceituadas por ele como leis da polaridade e da intensificação. Segundo a autora, sua obra poética só pode ser avaliada e interpretada à luz de sua visão da harmonia entre homem e natureza, assim como da complementaridade entre espírito e matéria. “A obra científica de Goethe é uma cosmogonia poético-científica, na qual homem e natureza, sujeito e objeto, espírito e matéria não estão separados. Aliás, sua obra poética também não pode ser compreendida em sua totalidade sem que se apreenda sua relação íntima com a obra científica”, escreveu Izabela Maria Furtado Kestler. A autora do artigo, professora da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, viria a falecer em 2009 num acidente de avião a caminho de Paris. Leia em HCS-Manguinhos: Johann Wolfgang von Goethe: arte e natureza, poesia e ciência, artigo de Izabela Maria Furtado Kestler (v.13,  supl.0, 2006).