Filme mostra a importância histórica do Rio de Janeiro para a cultura científica nacional

Março/2023

O documentário “As ciências na cidade do Rio de Janeiro: ontem e hoje” será lançado na sexta-feira, 31 de março de 2023, às 14h30, no campus do Museu de Astronomia e Ciências Afins/Observatório Nacional (Mast/ON).

A obra, que contou com o apoio da Faperj e da Finep e integra o projeto Vozes da Ciência no Brasil, desenvolvido pelo Mast desde 2015, percorre um roteiro na cidade através de oito instituições de ciência e tecnologia localizadas no Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Museu Nacional, Observatório Nacional, Museu de Astronomia e Ciências Afins, Instituto Nacional de Tecnologia, Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, Instituto Jardim Botânico e Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada.

Mais do que apresentá-las, a proposta é mostrar a importância do município para a cultura científica nacional.

“A motivação para fazer esse documentário foi justamente chamar atenção para uma dimensão que às vezes fica mais apagada naquilo que a gente caracteriza a cidade do Rio de Janeiro. As ciências sempre fizeram, e fazem, parte dessa cultura urbana. E um critério de escolha que usei foi de instituições que estão muito próximas a locais de pontos turísticos da cidade, e que às vezes um visitante passa e não tem a dimensão porque isso não é realmente trabalhado ou aproveitado do ponto de vista da divulgação do lugar”, explica a pesquisadora do Mast responsável pelo documentário, Marta de Almeida.

As instituições abordadas no documentário são referência de pesquisa em suas áreas. Mas para entender como elas chegaram à excelência pela qual são reconhecidas, Marta também ressalta a importância do contexto histórico que permitiu não só a criação, mas o desenvolvimento desses centros. E o título, “As ciências na cidade do Rio de Janeiro: ontem e hoje”, também procura ressaltar essa relação.

“Elas [as instituições] estão vivas, são complexos enormes de pesquisa na cidade, têm uma relação com o passado histórico. Não no sentido de uma memória, de algo que ficou atrás, mas na verdade esse tempo presente está a todo momento fazendo parte de uma tradição”, reflete.

A exibição será seguida por uma mesa redonda com a equipe responsável pela produção: Marta de Almeida (Coordenadora do Projeto Vozes da Ciência no Brasil/Mast), Alexander Reis (ex-bolsista PCI/Mast), José Renato Monteiro (Curador da Mostra VerCiência) e Cláudio Apolinário (Gerente de Produção da Mapa Filmes). Antes da apresentação do documentário, será exibida a animação “O brilho da Lua” (3 minutos), que mostra a cultura da tribo Tikuna. O vídeo narra a história do tapete Natchine, que foi destruído no incêndio do Museu Nacional. A realização é da pesquisadora do Mast Priscila Faulhaber, Marcelo Pitel e Djuena Tikuna. 

A sessão de lançamento marca o fechamento das comemorações dos 38 anos do Mast e dos 458 de fundação da cidade do Rio de Janeiro.

Serviço:

Lançamento do documentário “As ciências na cidade do Rio de Janeiro: ontem e hoje”
Sexta-feira, 31 de março de 2023
Às 14h30
Animação: O brilho da Lua
Duração: 3 minutos
Documentário “As ciências na cidade do Rio de Janeiro: ontem e hoje”
Duração: 60 minutos
Em seguida, haverá uma mesa redonda com os responsáveis pela produção.
Evento gratuito.
Local: Campus Museu de Astronomia e Ciências Afins/Observatório Nacional (Mast/ON)
Rua General Bruce, 586, São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ
Para entrar de carro, é melhor pelo portão do ON, à Rua General José Cristino, 77, São Cristóvão.
Mais informações: (21) 3514-5200

Fonte: Mast

Leia no Blog e na revista HCS-Manguinhos:

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A divulgação científica no Rio de Janeiro: algumas reflexões sobre a década de 1920rtigo de Ildeu de Castro Moreira e Luisa Massarani
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Para o seu doutorado, Maria Margaret Lopes percorreu desde o decreto de Fundação do museu até os registros das atas até 1911, passando por correspondências de cientistas brasileiros e estrangeiros.

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A formação do acervo do Museu se deu a partir da interlocução de seus pesquisadores, professores e dirigentes com inúmeras instituições de pesquisa nacionais e internacionais, dentre elas a Fiocruz, conta Cristiane D’Avila.

O incêndio, a morte e a esperança
Carta dos Editores Marcos Cueto e André Felipe Cândido da Silva (vol.25, no.3 jul./set. 2018)

Crânios, corpos e medidas: a constituição do acervo de instrumentos antropométricos do Museu Nacional na passagem do século XIX para o XX. Sá GJS; Santos RV; Carvalho CR; Silva EC, v. 15, 2008.

Arquivo de Antropologia Física do Museu Nacional: fontes para a história da eugenia no Brasil. Souza VS; Santos RV; Coelho MCS; Hannesh O; Carvalho CR., v. 16, 2009.

A obra de Euclides da Cunha e os debates sobre mestiçagem no Brasil no início do século XX: Os Sertões e a medicina-antropologia do Museu Nacional. Santos RV.  suplemento, v. 5, 1998.

Entre ossos e cientistas: um mergulho na pré-história americana. Santos RV; Gaspar Neto VV. v. 16, 2009.

Sobre o Jardim Botânico do Rio de Janeiro:

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Na década de 1920, ela deu importantes contribuições à botânica brasileira, mas foi esquecida no meio científico

Conciliar o útil ao agradável e fazer ciência: Jardim Botânico do Rio de Janeiro – 1808 a 1860. Bediaga, Begonha. (vol.14, n. 4, dez 2007)

O botânico e o mecenas: João Barbosa Rodrigues e a ciência no Brasil na segunda metade do século XIX.Sá, Magali Romero. vol .8, 2001

Notícias sobre uma expedição: Jean Massart e a missão biológica belga ao Brasil, 1922-1923, artigo de Alda Heizer  (v. 15 n. 3 jul/set 2008)

Sobre o Mast e o Observatório Nacional:

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História e memória de vidro: as fotografias brasileiras do eclipse de 1919 em Sobral, artigo de Renaldo Nicácio da Silva Júnior e Christina Helena da Motta Barboza (v. 27, n. 3, jul./set. 2020)

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