Abril/2025

Mapa da circulação da peste, 1579-1582 (Oliveira, 2015; Lemos, 1991; Rodrigues, 1993). Clique para ampliar.
Várias epidemias encontraram em Portugal condições favoráveis à sua propagação ao longo da Idade Moderna. O meio ambiente favoreceu o alastramento das doenças e potencializou a sua virulência num período em que a medicina era incapaz de fazer face à doença, disparando as taxas de mortalidade. No artigo Meio ambiente e saúde pública: as epidemias em Portugal na Idade Moderna, publicado na revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (v. 31, 2024) , Maria Marta Lobo de Araújo, professora do Instituto de Ciências Sociais, da Universidade do Minho, em Braga, busca demonstrar como o meio ambiente influenciava a saúde pública e facilitava a instalação e a propagação das doenças.
“Num período em que a produção estava totalmente dependente do clima, chuvas prolongadas ou fora do tempo, geadas e temporais ou falta de água tinham repercussões nas colheitas, e estas na disponibilidade de grãos para consumo, o que fazia subir de imediato os preços dos produtos, e não somente dos cereais. A ascensão dependia da procura e da oferta mas em alguns períodos foi proibitivo o acesso ao pão para as pessoas mais vulneráveis”, afima.
Segundo a autora, isso debilitava os mais fracos, enfraquecendo os corpos e expondo-os às doenças, o que era facilitado por outras condições de falta de higiene e de insalubridade.
Leia na revista HCS-Manguinhos:
Meio ambiente e saúde pública: as epidemias em Portugal na Idade Moderna, artigo de Maria Marta Lobo de Araújo (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 31, 2024)