Setembro/2019

Botocudos fotografados antes das exposições
Em 1882, um grupo de ameríndios botocudos foi levado de sua terra natal no Espírito Santo para o Rio de Janeiro, para serem exibidos na Exposição Antropológica do Museu Nacional, na qual também eram exibidos representantes de outros povos indígenas. Eles deviam agir “normalmente”, tocando flauta, atirando flechas e fazendo danças na frente dos visitantes. A presença deles no Rio de Janeiro atraiu muita atenção na cena do entretenimento popular.
Posteriormente, os botocudos foram levados para a Europa e exibidos em várias cidades do Reino Unido, o que levou brasileiros a contestarem a ação de observar os botocudos, como objeto de voyeurismo exótico.

O anúncio da exposição de Londres diz “A tribo de índios Botocudos no Piccadilly Hall” e foi publicado em The Illustrated Police News, 9 de junho de 1883, p.1.
No artigo “Onde estão os botocudos?” Exposições antropológicas e olhares entrelaçados, 1882-1883,

Arte de Fernando Vasconcelos com foto obtida em The National Archive (Kew, Reino Unido) e foto do cartaz da exposição antropológica no Piccadilly Hall (Londres, 1883).
Leia em HCS-Manguinhos:
“Where are the Botocudos?” Anthropological displays and the entanglements of staring, 1882-1883, artigo de (vol.26 no.3 jul./set. 2019)