Fevereiro/2022
A Campanha do Dia Mundial do Câncer de 2022 tem como tema “Close the care gap”. Em espanhol foi traduzido para “Por unos cuidados más justos”; em francês, para “Pour des soins plus justes”. Em português seria “Por cuidados mais justos“.
O Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) e tem apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Promovida no Brasil pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), a campanha ganhou o nome de “Somos iguais e diferentes“.
Neste primeiro ano dos três anos da campanha, o objetivo é promover o conhecimento sobre as barreiras que impedem pessoas em todo o mundo de terem acesso aos cuidados fundamentais ao controle do câncer e mostrar a importância de termos um mundo com acesso a serviços melhores para todos.
A campanha apresentará as desigualdades em cada passo do atendimento oncológico e explicará como afetam o controle do câncer no mundo, associadas a fatores como renda, educação, local de moradia e discriminação, seja por etnia, gênero, orientação sexual, idade, deficiência ou estilo de vida.
Segundo a Opas, nas Américas já existiam desigualdades significativas no acesso ao tratamento do câncer antes da pandemia, levando a desfechos de saúde desfavoráveis. Enquanto na América do Norte a taxa de sobrevivência de crianças com câncer ultrapassa 80%, na América Central e no Caribe esse número é de 45%. Essas desigualdades também existem no acesso ao rastreamento, prevenção e tratamento do câncer do colo do útero. A cobertura do rastreamento deste tipo de câncer varia de 7% a 89% na região e as taxas de mortalidade variam de duas mortes por cada 100 mil mulheres no Canadá a 19 mortes por cada 100 mil no Paraguai.
“A pandemia causou muitos obstáculos, mas não podemos retroceder na luta contra o câncer”, disse a diretora da Opas, Carissa F. Etienne. “O acesso aos serviços de saúde permite detectar o câncer precocemente e tratá-lo de forma eficaz.” Leia mais no site da Opas/Brasil.
O câncer em HCS-Manguinhos
A revista HCS-Manguinhos e suas mídias sempre deram ampla cobertura à doença. Em 2017, quando o Inca completou 80 anos, publicamos no blog um artigo do pesquisador Luiz Antonio Teixeira, da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz. Em 2020, a revista publicou dois artigos sobre câncer: The Anti-Cancer League and public outreach for cancer control in Peru, de Raúl Necochea López (v. 27, supl.1, set 2020), em inglês, e A experiência mineira no controle do câncer do colo do útero em meados do século XX: o Hospital de Ginecologia de Belo Horizonte, de Vanessa Lana (v. 27, n. 4, out 2020).
Em 2010, a revista HCS-Manguinhos publicou um suplemento inteiro sobre a doença: Câncer no século XX: ciência, saúde e sociedade (vol. 17, supl. 1, jul. 2010). Leia os artigos em acesso aberto.
Selecionamos ainda diversas postagens no Blog de HCS-Manguinhos e artigos publicados na revista ao longo das últimas décadas, em ordem cronológica – o mais recente primeiro. Boas leituras.
Leia no Blog de HCS-Manguinhos:
O papel do Hospital de Ginecologia de MG no controle do câncer de útero no Brasil
Ele foi pioneiro na introdução das tecnologias de diagnóstico
Câncer de mama no Brasil no século XX é tema de artigo em Saúde e Sociedade
Luiz Antonio Teixeira e Luiz Alves Araújo Neto pesquisaram os caminhos que levaram a doença ao estatuto de grande problema de saúde pública e tópico constante de debates pela sociedade brasileira
Câncer no Ceará, 1940-1954: da filantropia à pauta dos médicos e da saúde pública
Artigo de Luiz Alves Araújo Neto e Luiz Antonio Teixeira analisa este processo a partir do estudo de artigos médicos, documentos institucionais, biografias e jornais
Artigo discute o declínio do acesso à saúde para pacientes com câncer em Portugal
Até recentemente o Serviço Nacional de Saúde português era reconhecido como um dos melhores sistemas públicos de saúde do mundo, mas as medidas de austeridade do governo neoliberal mudaram este cenário
Inca: oitenta anos de luta contra o câncer
Há exatos 80 anos, um médico idealista, imbuído da ideia de controlar a doença no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, deu início à construção do primeiro centro especializado no Brasil. Artigo de Luiz Antonio Teixeira especial para o Blog de HCS-Manguinhos
Artigo destaca o pioneirismo do Instituto de Ginecologia do Rio de Janeiro no controle do câncer do colo do útero no Brasil
Vanessa Lana conta como as ações de controle começaram a ser estruturadas após o médico Arnaldo de Moraes assumir a cátedra de ginecologia em 1936
Fiocruz e Inca delineiam trajetória do câncer no Brasil
Projeto ‘História do Câncer – Atores, Cenários e Políticas Públicas’: pesquisas, livros e exposições sobre a doença conquistam espaço e tem como objetivo contribuir para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS)
Artigo discute a persistência do câncer de colo de útero no Brasil
Quanto menos anos de estudo, maior o risco da mulher, revela Luiz Antonio Teixeira.
Câncer: estudos sobre mitos, crenças e comportamentos permitem aprimorar intervenções
O oncologista Ronaldo Corrêa Ferreira da Silva defende a formação de grupos de pesquisa interdisciplinares nas instituições de saúde.
História do Câncer – atores, cenários e políticas públicas
Entrevista com Luiz Antonio Teixeira, coordenador do projeto da COC em parceria com o INCA que propõe elaborar conhecimentos históricos sobre a trajetória das ações de controle do câncer no Brasil.
Projeto conta a história do câncer no Brasil
Pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz coordena iniciativa que busca sensibilizar a população para a importância da prevenção.
Fumo persiste como pandemia global, afirma historiador de Harvard
Em entrevista ao blog internacional de HCS-Manguinhos, Allan M. Brandt afirma que graças aos esforços das empresas e a falta de vontade política e investimentos em saúde pública, o cigarro continua sendo o produto mais letal e legal vendido em todo o mundo
Leia na revista HCS-Manguinhos:
A experiência mineira no controle do câncer do colo do útero em meados do século XX: o Hospital de Ginecologia de Belo Horizonte, artigo de Vanessa Lana (v. 27, n. 4, out 2020).
Doenças midiaticamente negligenciadas e estratégias de visibilidade na percepção de atores-chave, artigo de Tatiana Breder Emerich, et al (v. 26, n. 3, set 2019)
O câncer no Ceará: a conformação de um problema médico-social, 1940-1954, artigo de Luiz Alves Araújo Neto e Luiz Antonio Teixeira (vol.25, no.1, jan./mar. 2018)
Organização da especialidade médica e controle do câncer do colo do útero no Brasil: o Instituto de Ginecologia do Rio de Janeiro em meados do século XX, artigo de Vanessa Lana (vol.23, no.3, set 2016)
Dos gabinetes de ginecologia às campanhas de rastreamento: a trajetória da prevenção ao câncer de colo do útero no Brasil, artigo de Luiz Antonio Teixeira (vol.22 no.1 jan./mar. 2015)
Instituto de Radium de Minas Gerais: vanguarda da radioterapia no Brasil, 1923-1935, artigo de Ethel Mizrahy Cuperschmid e Maria do Carmo Salazar Martins (vol.21, no.4, dez 2014)
La conformación del cáncer como objeto científico y problema sanitario en la Argentina: discursos, prácticas experimentales e iniciativas institucionales, 1903-1922, artigo de José D. Buschini (vol.21, no.2, jun 2014)
Entre a teoria parasitária e a oncologia experimental: uma proposta de sistematização da ciência oncológica em Portugal, 1889-1945. Artigo de Rui Manuel Pinto Costa (vol. 19, no.2, jun 2012)
Câncer no século XX: ciência, saúde e sociedade, diversos artigos compõem suplemento especial de HCS-Manguinhos (vol. 17, supl. 1, jul. 2010)
Da antiga sede da Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP) ao atual Instituto Nacional do Câncer (Inca). Artigo de Benedito Tadeu de Oliveira (vol.14, no.1, mar 2007)