Agosto/2020
Na década de 1930, a crença de que um governo forte e centralizado seria capaz de garantir simultaneamente o progresso e a conservação da natureza predominava entre cientistas com cargos na administração pública ou lotados em órgãos técnicos-científicos consultivos e fiscalizadores que pertenciam ao Estado. Estes cientistas conservacionistas, sobretudo por meio do Ministério da Agricultura, foram responsáveis por uma série de iniciativas para estabelecer medidas de conservação do mundo natural no Brasil, atuando na implementação de instrumentos legais para o manejo racional dos recursos naturais. Para eles, a natureza deveria servir de esteio para o desenvolvimento da nação, e à ciência cabia a função de guiar o Estado para a promoção do aproveitamento racional da natureza brasileira.
No artigo Desenvolvimentismo e conservacionismo na Era Vargas, publicado na atual edição de HCS-Manguinhos (v. 27, n. 2, abr./jun. 2020), Ingrid Fonseca Casazza, pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, analisa a participação do botânico Paulo Campos Porto no aparelho estatal e discute aspectos da atuação de técnicos e cientistas na política no período. Paulo Campos Porto, cuja trajetória não havia sido objeto de estudos sistemáticos até então, era neto de João Barbosa Rodrigues, o diretor de maior prestígio na história do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
O artigo é fruto da tese de doutorado “Proteção do patrimônio natural brasileiro: ciência, política e conservacionismo na trajetória do botânico Paulo Campos Porto (1914-1961)”, defendida pela autora em 2017, no Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz.
Leia em HCS-Manguinhos:
Desenvolvimentismo e conservacionismo na Era Vargas, artigo de Ingrid Fonseca Casazza, (v. 27, n. 2, abr./jun. 2020)