Agosto/2020
Como garantir a conservação de uma edificação centenária, símbolo da ciência e da saúde no Brasil, rica em ornamentos e elementos decorativos e que abriga valiosos acervos?
No artigo Pavilhão Mourisco: desafios para sua preservação, Carla Maria Teixeira Coelho, professora do Programa de Pós-graduação em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde/Fiocruz, e Elisabete Edelvita Chaves da Silva e Rosana Soares Zouain, respectivamente conservadora-restauradora e arquiteta do Serviço de Conservação e Restauração da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, apresentam os desafios para a preservação do Pavilhão Mourisco da Fiocruz e as diferentes estratégias adotadas ao longo do tempo para garantir sua conservação.
Construído entre 1905 e 1918 em Manguinhos, no Rio de Janeiro, o Pavilhão Mourisco é símbolo e sede da Fiocruz. Foi projetado pelo arquiteto português Luiz Moraes Júnior para receber os laboratórios e salas de pesquisa dos primeiros cientistas da instituição, e atualmente abriga a presidência da Fiocruz e acervos móveis de grande importância: a Coleção Entomológica do Instituto Oswaldo Cruz, a Seção de Obras Raras da Biblioteca de Ciências Biomédicas sob responsabilidade do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde e parte do acervo museológico do Museu da Vida.
O Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz está desenvolvendo um plano de conservação preventiva e ações de educação patrimonial que representam a busca por estratégias mais eficientes e sustentáveis para a preservação do patrimônio cultural da instituição. Desde a década de 1980, quando o Pavilhão e outras edificações do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos foram tombadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), equipes de especialistas têm atuado na preservação desses bens.
A consolidação desse trabalho possibilitou o avanço das ações de preservação para além da elaboração de projetos e execução de obras de restauração nos edifícios. Nos anos 2000 foram implantadas no DPH as áreas de pesquisa e de educação patrimonial, bem como serviços contínuos de conservação para as edificações históricas através do estabelecimento de contratos com empresas terceirizadas, cujas ações são fiscalizadas pelos técnicos do DPH.
O desenvolvimento do Plano de conservação preventiva para o Pavilhão Mourisco, alinhado à Política de preservação da Fiocruz, é fruto do amadurecimento dos processos de trabalho relacionados à preservação do patrimônio cultural institucional, entendida contemporaneamente de forma integrada, embora compartilhada por diferentes unidades. Segundo as autoras, trata-se de um avanço importante na adoção da abordagem preventiva, ainda tão pouco disseminada no contexto brasileiro.
Leia em HCS-Manguinhos:
Pavilhão Mourisco: desafios para sua preservação, artigo de Carla Maria Teixeira Coelho, Elisabete Edelvita Chaves da Silva e Rosana Soares Zouain (vol. 27, n.2, abr./jun. 2020)
Como citar esse post:
Desafios para a preservação do Castelo da Fiocruz. Blog de HCS-Manguinhos. Publicado em 18/08/2020. Disponível em www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/desafios-para-a-preservacao-do-castelo-da-fiocruz/
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