Novembro/2025

Nas áreas de saúde pública e de entomologia, a virada do século XX caracterizou-se sobretudo pelo destaque dado aos insetos como transmissores de doenças. Médicos, bacteriologistas e zoólogos dedicaram-se com afinco à tentativa de compreender melhor a etiologia de doenças como malária e febre amarela, assim como inventariar as espécies de insetos associadas à doenças, estudar sua classificação científica e biologia e estabelecer procedimentos que permitissem controlar as epidemias.
O zoólogo suíço Emílio Goeldi (1859-1917), na época diretor do Museu Paraense de História Natural e Etnografia, em Belém, foi um ativo participante dessa rede científica, autor de vários trabalhos sobre os mosquitos amazônicos.
No artigo Da ‘abominável profissão de vampiros’: Emílio Goeldi e Os mosquitos no Pará (1905), publicado há 22 anos na revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (v. 10, n. 1, abr 2003), Nelson Sanjad, do Museu Emílio Goeldi, coloca em debate as ideias e contribuições do pesquisador suíço no âmbito da zoologia e entomologia médica.

Capa da obra de 1905 de Emilio Goeldi
Sanjad analisa um estudo sobre mosquitos hematófagos publicado em 1905 com o título Os mosquitos no Pará, que reúne quatro trabalhos sobre espécies que molestam o homem, de autoria de Goeldi, que abordam com aspectos da classificação, distribuição geográfica e biologia dos mosquitos amazônicos.
Segundo Sanjad, naquela época, uma agenda científica se firmava de maneira promissora em âmbito internacional e reunia, de um lado, médicos interessados no agente causador de doenças como malária, filariose e febre amarela, e, de outro, zoólogos que procuravam sistematizar informações disponíveis sobre a família de insetos responsabilizada pela transmissão das doenças que mais afligiam a humanidade, a dos culicídeos, então pouco conhecida do ponto de vista taxonômico, biológico e médico.
Leia na revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos:
Da ‘abominável profissão de vampiros’: Emílio Goeldi e Os mosquitos no Pará (1905), artigo de Nelson Sanjad (História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 10, n. 1, abr 2003)



