Abril/2017
Diante do cenário de incertezas envolvendo as pesquisas com células-tronco, a esperança torna-se ingrediente da pesquisa científica, da política e do mercado. A aposta otimista na medicina regenerativa mobiliza enfermos e familiares na expectativa da cura, médicos no desenvolvimento de terapias inovadoras, pesquisadores no avanço da ciência e no reconhecimento dos pares, a indústria farmacêutica e biotecnológica nos lucros e a mídia na oportunidade de poder tratar de um tema que ao mesmo tempo envolve esperança e controvérsia, já que as pesquisas com células-tronco embrionárias são objeto de debates morais sobre o início da vida. O artigo Pesquisa com células-tronco no Brasil: a produção de um novo campo científico, de Rafaela Teixeira Zorzanelli, Angela Vasconi Speroni, Rachel Aisengart Menezes e Annette Leibing, apresenta um panorama das pesquisas a partir de levantamento bibliográfico de artigos de pesquisadores brasileiros publicados no início do século XXI. A análise evidencia três eixos centrais na abordagem da temática: os fomentos destinados a investigações brasileiras com células-tronco; os estudos pré-clínicos e clínicos realizados no país; e análises socioantropológicas com foco em questões éticas e legais. O artigo aponta ainda aspectos controversos na construção desse campo científico, especialmente vinculados à mídia, como propagadora de valores e determinadas representações sociais. Leia em HCS-Manguinhos: Pesquisa com células-tronco no Brasil: a produção de um novo campo científico, de Rafaela Teixeira Zorzanelli, Angela Vasconi Speroni, Rachel Aisengart Menezes e Annette Leibing (vol.24, no.1, jan./mar. 2017) Leia também: No partido da ciência Estudo analisa a cobertura do Jornal Nacional sobre o uso de células-tronco em pesquisas