Março/2015
O Ministério da Saúde do Brasil (MS) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) receberam, em 18 de março, o “Prêmio Bloomberg para o Controle Global do Tabaco”, concedido pela Fundação Bloomberg Philanthropies a organizações governamentais e não governamentais que se destacam no combate ao tabagismo. Também receberam o prêmio organizações do Nepal, das Filipinas, da Rússia, da Ucrania e do Uruguai. A cerimônia de entrega ocorreu durante a 16ª Conferência Mundial Sobre Tabaco ou Saúde em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, recebeu o prêmio concedido ao Brasil como reconhecimento pelo trabalho de monitoramento epidemiológico do uso do tabaco e na implantação de políticas públicas para enfrentar o desafio da luta contra o fumo, desenvolvido conjuntamente pelo MS e o IBGE e visto pela Bloomberg como modelo para outros países. Responsável por cerca de 6 milhões de mortes por ano no mundo – 200 mil mortes no Brasil -, o fumo pode chegar a matar 8 milhões de pessoas em 2030, caso não sejam implantadas medidas para conter o avanço do fumo no planeta. A Organização Mundial de Saúde reconhece o tabagismo como uma doença epidêmica. No Brasil, o número de fumantes está em queda. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE, revela que o índice de pessoas que consomem cigarros e outros produtos derivados do tabaco é 20,5% menor que o registrado cinco anos atrás. Em 2013, do total de adultos entrevistados, 14,7% afirmavam fumar. Esse índice era de 18,5% em 2008, conforme a Pesquisa Especial de Tabagismo do IBGE (PETab). O ministro Arthur Chioro explicou que a política se baseia em quatro grandes pilares: a taxação do preço do cigarro, com elevação progressiva do preço; a proibição de qualquer forma de propaganda; a eliminação dos fumódromos; e um programa de atendimento gratuito na rede do SUS com distribuição de medicamentos a quem quiser parar de fumar. Para o historiador Luiz Antonio Teixeira, pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, a premiação é uma notícia excelente, já que desde a década de 90 o campo da saúde vem movendo esforços gigantescos para diminuir o uso do tabaco no país. Segundo ele, junto com o controle da Aids, é a política de maior êxito da saúde pública, apesar da influência da indústria farmacêutica. “É um grande feito. Baixamos quase que pela metade o número de fumantes, por ações realizadas principalmente pela Anvisa. Infelizmente, essa política tem como limite a ação das empresas fumageiras, que tem um grande poder econômico”, afirma Teixeira. Conheça os vencedores do prêmio