Novembro/2017
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Um harém retratado por Jean Baptiste Vanmour (1671-1737). Fonte: Wikipedia.
O que sabemos sobre as práticas contraceptivas usadas pelas mulheres islâmicas no período pré-século 19?
No artigo
Representações europeias sobre o controle de natalidade e abortos nas sociedades islâmicas e nos haréns – Período Moderno, publicado na atual edição de
HCS-Manguinhos (vol.24, no.3, jul./set. 2017), Marina J. de Oliveira Soares, pesquisadora de Pós-Doutorado no Departamento de História da USP, busca suscitar o debate sobre esse tema pouco explorado na historiografia brasileira.
Devido à carência de fontes islâmicas sobre um tema tão íntimo na vida das mulheres, são os saberes europeus produzidos nessa época que guiam os pesquisadores. A autora optou por selecionar fontes que abordassem os métodos anticoncepcionais e veiculassem informações críveis, privilegiando documentos produzidos por médicos ou viajantes que estiveram presentes em regiões islâmicas entre os séculos 16 e 18.
De acordo com os registros, ao longo do período moderno, as mulheres islâmicas, residentes em palácios ou em casas comuns, recorriam a medidas para prevenir a concepção ou, quando a gravidez ocorria, para induzir o aborto. Faziam uso de ervas, drogas abortivas ou contavam com o auxílio de outras mulheres para interromper uma gestação indesejada. Além dos abortos, também se noticiava o infanticídio nos palácios imperiais, envolvendo as figuras das parteiras e do tirano sultão.
Leia em HCS-Manguinhos:
Representações europeias sobre o controle de natalidade e abortos nas sociedades islâmicas e nos haréns – Período Moderno, artigo de Marina J. de Oliveira Soares (vol.24, no.3, jul./set. 2017)
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