Maio/2018
Os surtos de febre amarela não são um problema novo no Brasil, como evidencia documento escrito há quase um século, em 1923, pelo doutor Sebastião Barroso, chefe do Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural da Bahia. Em seu relatório sobre o ano anterior, ele descreve as iniciativas voltadas para as epidemias e à profilaxia rural, compila os relatórios dos profissionais responsáveis pelos postos de profilaxia rural e registra tabelas com dados sobre os trabalhos nas diferentes regiões do estado, as notificações recebidas e as despesas realizadas. No artigo Os mosquitos e o Estado no relatório do chefe do Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural da Bahia, 1922, publicado nesta edição de HCS-Manguinhos (vol.25, no.1, jan./mar. 2018), ofessora da Faculdade de Educação da Unicamp, discute o papel do Estado no enfrentamento dos problemas de saúde pública, num contexto marcado pela recorrente eclosão de surtos epidêmicos, dentre os quais se destacam os surtos de febre amarela. Para a autora da análise, o aumento dos casos de febre amarela em nossos dias, acompanhado dos temores em relação aos mosquitos e às doenças que por eles podem ser causadas, bem como das discussões sobre as providências a tomar e os responsáveis por tais providências, não são os únicos pontos que nos aproximam das questões que cercaram a atuação do médico Sebastião Barroso em suas andanças pelo nordeste brasileiro há quase um século. “É preocupante constatar que, apesar de todas as lutas em prol de um sistema de saúde que atenda de modo satisfatório às necessidades de amplas parcelas da população, cada vez mais desprovidas dos recursos mínimos de sobrevivência, algumas das indagações de Barroso guardam uma inquietante atualidade. A leitura desse documento pode nos ajudar a refletir sobre a situação de saúde no país, numa chave que reatualiza as conexões entre os mosquitos e o papel do Estado, uma vez que nos convoca a pensar sobre os descaminhos que mantêm atual o desafio lançado por essa autoridade sanitária, no início da década de 1920, traduzido como o desafio de que o Estado assumisse ‘o compromisso de, dentro do quatriênio, expurgar da peste e da febre amarela o território nacional'”, conclui Heloísa Helena. Leia em HCS-Manguinhos: Os mosquitos e o Estado no relatório do chefe do Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural da Bahia, 1922, artigo de (vol.25, no.1, jan./mar. 2018) Como citar este post: Artigo discute o papel do Estado no enfrentamento dos surtos de febre amarela na Bahia em 1922. Blog da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos, 2018. Publicado em 3 de maio de 2018. Acesso em 3 de maio de 2018. Disponível em http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/artigo-discute-o-papel-do-estado-no-enfrentamento-dos-surtos-de-febre-amarela-na-bahia-em-1922/
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Artigo discute o papel do Estado no enfrentamento dos surtos de febre amarela na Bahia em 1922
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