Arte, saúde mental e atenção pública ontem e hoje em SP

Julho/2016

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Pintura de Aurora Cursino dos Santos (1896–1959), Museu Osório César/Complexo Hospitalar do Juqueri

Desde o surgimento do primeiro manicômio em São Paulo, em meados do século XIX, até hoje, as atividades culturais fazem parte do cuidado às pessoas com transtorno mental grave, em maior ou menor intensidade, com diferentes propósitos e em diferentes cenários.
A partir da década de 1980, os modos de compreender e cuidar dos transtornos mentais sofreram uma grande inflexão com o processo da reforma psiquiátrica brasileira. Desde então, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), destinados ao acompanhamento clínico e à reinserção social de pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, são considerados serviços estratégicos de base comunitária e territorial.
Entre as modalidades de cuidado adotadas nos Caps estão oficinas expressivas e culturais que buscam promover a aproximação dos seus participantes aos espaços de cultura de seu bairro ou cidade.
No artigo “Arte, saúde mental e atenção pública: traços de uma cultura de cuidado na história da cidade de São Paulo”, publicado nesta edição de HCS-Manguinhos (volume 23, n.2, abr./jun. 2016), as autoras buscam compreender como as práticas usadas entre 1920 e 1990 influenciaram as práticas atuais, investigadas de abril de 2007 a abril de 2008 em 21 Caps do município de São Paulo.
Leia em HCS-Manguinhos:
Arte, saúde mental e atenção pública: traços de uma cultura de cuidado na história da cidade de São Paulo, artigo de Ana Tereza Costa Galvanese, Ana Flávia Pires Lucas D’Oliveira, Elizabeth Maria Freire de Araújo Lima, Lygia Maria de França Pereira, Ana Paula Nascimento e Andréia de Fátima Nascimento (volume 23, n.2, abr./jun. 2016)
Comunicação e saúde mental: análise discursiva de cartazes do Movimento Nacional de Luta Antimanicomial do Brasil, artigo de Wanda Espirito Santo, Inesita Soares de Araujo e Paulo Amarante (vol.23, n.2, abr./jun. 2016)

“Eu não sou presa de juízo, não”: Zefinha, a louca perigosa mais antiga do Brasil, artigo de Debora Diniz e Luciana Brito (vol.23 n.1 jan./mar. 2016)
Edição especial:
“Hospício e Psiquiatria na Primeira República: diagnósticos em perspectiva histórica” (Volume 17 • suplemento 2 • dez. 2010)
E ainda:
Tenório, Fernando.  A reforma psiquiátrica brasileira, da década de 1980 aos dias atuais: história e conceitos. Abr 2002, vol.9, no.1
Carrion, Carla Torres Pereira, Margotto, Lilian Rose and Aragão, Elizabeth Maria Andrade As causas das internações no Hospital Adauto Botelho (Cariacica, ES) na segunda metade do século XX.  Dez 2014, vol.21, no.4
Almeida, Francis Moraes de. Descontinuidades e ressurgências: entre o normal e o patológico na teoria do controle social. Set 2013, vol.20, no.3
Facchinetti, Cristiana and Muñoz, Pedro Felipe Neves de Emil Kraepelin na ciência psiquiátrica do Rio de Janeiro, 1903-1933. Mar 2013, vol.20, no.1
Gama, Jairo Roberto de Almeida. A constituição do campo psiquiátrico: duas perspectivas antagônicas. Mar 2012, vol.19, no.1
Venancio, Ana Teresa A. Da colônia agrícola ao hospital-colônia: configurações para a assistência psiquiátrica no Brasil na primeira metade do século XX. Dez 2011, vol.18, suppl.1,
Jabert, Alexander. Estratégias populares de identificação e tratamento da loucura na primeira metade do século XX:uma análise dos prontuários médicos do Sanatório Espírita de Uberaba. Mar 2011, vol.18, no.1
Facchinetti, Cristiana et al. No labirinto das fontes do Hospício Nacional de Alienados. Dez 2010, vol.17, suppl.2
Facchinetti, Cristiana, Cupello, Priscila and Evangelista, Danielle Ferreira Arquivos Brasileiros de Psiquiatria, Neurologia e Ciências Afins: uma fonte com muita história. Dez 2010, vol.17, suppl.2
Santos, Fernando Sergio Dumas dos and Verani, Ana Carolina Alcoolismo e medicina psiquiátrica no Brasil do início do século XX. Dez 2010, vol.17, suppl.2
Nunes, Sílvia Alexim. Histeria e psiquiatria no Brasil da Primeira República. Dez 2010, vol.17, suppl.2
Birman, Joel. A cena constituinte da psicose maníaco-depressiva no Brasil. Dez 2010, vol.17, suppl.2
Nunes, Everardo Duarte. Hollingshead e Redlich: a pesquisa sobre classe social e doença mental cinquenta anos depois. Mar 2010, vol.17, no.1
Oda, Ana Maria Galdini Raimundo and Dalgalarrondo, Paulo História das primeiras instituições para alienados no Brasil. Dez 2005, vol.12, no.3
Jabert, Alexander. Formas de administração da loucura na Primeira República: o caso do estado do Espírito Santo. Dez 2005, vol.12, no.3
Paulin, Luiz Fernando and Turato, Egberto Ribeiro Antecedentes da reforma psiquiátrica no Brasil: as contradições dos anos 1970. Ago 2004, vol.11, no.2
Venâncio, Ana Teresa A. História do saber psiquiátrico no Brasil: ciência e assistência em debate.Dez 2003, vol.10, no.3
Venâncio, Ana Teresa A. Ciência psiquiátrica e política assistencial: a criação do Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil. Dez 2003, vol.10, no.3
Tenório, Fernando. A reforma psiquiátrica brasileira, da década de 1980 aos dias atuais: história e conceitos. Abr 2002, vol.9, no.1
Wadi, Yonissa Marmitt. Aos loucos, os médicos: a luta pela medicalização do hospício e construção da psiquiatria no Rio Grande do Sul. Fev 2000, vol.6, no.3
Engel, Magali Gouveia. As fronteiras da ‘anormalidade’:psiquiatria e controle social. Fev 1999, vol.5, no.3
Leia no Blog de HCS-Manguinhos:
Pelo fim dos hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico
Artigo defende a substituição das internações no Brasil pelo atendimento em Centros de Atenção Psicossocial
Reforma psiquiátrica é tema de artigo mais acessado de HCS-ManguinhosArtigo de Fernando Tenório publicado em 2002 retrata luta por tratamento mais humano e inclusivo a doentes mentais no Brasil
Ministério exonera coordenador-geral de Saúde Mental
Valencius Wurch Duarte Filho foi alvo de protestos desde sua nomeação para o cargo em dezembro de 2015