Março/2021
“Não é a maior quantidade de limitada alimentação que produz melhores resultados,
mas sim sua diversidade. É isto um ponto que não admitte mais litigio;
é hoje um axioma hygienico que a variedade é mais aproveitável do que a quantidade.
É principalmente a este ponto que deve-se attender na confecção de tabellas de rações”
(Galdino de Magalhães, médico, Primeiro-Cirurgião da Armada, 1881).
Em 19 de novembro de 1879, a Marinha Imperial Brasileira enviou a corveta Vital de Oliveira a uma viagem de circum-navegação, a primeira do gênero levada a cabo pela instituição. Para tal viagem, que foi até a China, embarcaram 185 militares. Foram 430 dias de viagem e mais de 35 mil milhas náuticas navegadas.
O saldo durante e após a viagem foi de 44 mortes – cerca de 25% da tripulação – todos praças, apesar de alguns oficiais terem adoecido. A razão: a carência de determinados alimentos.
No artigo Da circum-navegação da “Vital de Oliveira” às novas tabelas de rações: alimentação e saúde a bordo dos navios da Marinha Imperial Brasileira (1879-1886), publicado na revista HCS-Manguinhos (v. 27, n. 4, out./dez. 2020), Sergio Willian de Castro Oliveira Filho e Luana Costa Pierre de Messias analisam a relação entre alimentação e saúde presentes nos relatórios da viagem – o do Comandante do navio, o Capitão de Fragata Júlio César de Noronha, e o do médico da expedição, o Primeiro-Cirurgião da Armada Galdino Cícero de Magalhães. Os autores discutem a influência destes relatórios na reformulação e implantação de uma nova tabela de rações em 1886.
Leia em HCS-Manguinhos:
Da circum-navegação da “Vital de Oliveira” às novas tabelas de rações: alimentação e saúde a bordo dos navios da Marinha Imperial Brasileira (1879-1886), artigo de Sergio Willian de Castro Oliveira Filho e Luana Costa Pierre de Messias (v. 27, n. 4, out./dez. 2020)